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Amazônia atinge o pior índice de queimadas desde 2010

Entre janeiro e setembro deste ano, o bioma registrou 85 mil focos de incêndio, um aumento de 55% em relação com o mesmo período de 2021

atualizado

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Amazonia desmatamento
1 de 1 Amazonia desmatamento - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Amazônia registrou 85.150 focos de queimadas entre janeiro e setembro deste ano. O índice representa um aumento de 55% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta quarta-feira (28/9).

O índice de incêndio na Amazônia se aproxima dos 96.837 registrados nos primeiros nove meses de 2010, quando o bioma sofreu com uma seca extrema.

Levantamento mostra que apenas nos primeiros 27 dias deste mês o bioma detectou 39.128 focos de incêndio, um crescimento de 150% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram detectados 15.624 focos.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

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Desmatamento na Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

 

Os estados com maior número de focos registrados nos primeiros nove meses de 2022 são Pará, Mato Grosso, Amazonas, Acre e Rondônia. Apenas o território paraense detectou 27.249 focos de incêndio, o maior índice no bioma amazônico.

O Pará teve um aumento de focos de queimadas de 93% em comparação com os nove primeiros meses de 2021, quando foram registrados 14.093.

“Os dados são alarmantes e apontam para uma destruição sem precedentes que impacta não apenas na vida dos povos locais, mas afeta também a economia e a segurança hídrica de outras regiões, visto que o que acontece na Amazônia impacta os demais biomas”, declara o diretor de Restauração e Conservação do WWF-Brasil, Edegar de Oliveira.

“Ainda é tempo de entender que a floresta vale mais em pé, que não há necessidade de queimadas e desmatamento, pois já temos muitas áreas abertas improdutivas”, completa.

Os municípios mais atingidos pelo fogo até agora em 2022 foram São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA), Lábrea (AM), Porto Velho (RO) e Novo Progresso (PA).

Liderando também o índice de incêndio no mês de setembro, o Pará registrou 11.972 focos de devastação, um aumento de 228% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram detectados 3.645 focos.

Em segundo lugar aparece o Amazonas, com um crescimento de 202% entre 1 e 27 de setembro, com o registro de 8.082 focos, contra 2.675 no mesmo período de 2021.

Entre junho e outubro a Amazônia sofre com a temporada de fogo, quando há o maior registro de queimadas na região e também de desmatamento em decorrência da seca nas florestas.

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