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‘Ação irresponsável de empresas’ causou tragédia, diz Dilma

A presidente prometeu punições severas para os responsáveis do desastre ambiental

atualizado

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FRANCOIS MORI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
dilma rousseff cop21 cúpula do clima
1 de 1 dilma rousseff cop21 cúpula do clima - Foto: FRANCOIS MORI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A presidente Dilma Rousseff abriu seu discurso na 21ª Conferência do Clima (COP 21) das Nações Unidas, nesta segunda-feira (30/11), em Paris, classificando o rompimento da barragem de Mariana “como o maior desastre ambiental da história do Brasil”, em prometendo punições severas para os responsáveis.

“A ação irresponsável de empresas provocou o maior desastre ambiental na história do Brasil na grande bacia hidrográfica do Rio Doce”, disse a presidente. “Estamos reagindo ao desastre com medidas de redução de danos, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia.”

Para a presidente, o Brasil tem sofrido com os efeitos do fenômeno El Niño. “O problema da mudança do clima não é alheio aos brasileiros”, argumentou. “Temos enfrentado secas no nordeste, chuvas e inundações no sul e no sudeste do país. O fenômeno El Niño tem nos golpeado com força.”

O assunto foi o segundo tratado em seu discurso, logo depois que a presidente expressou sua solidariedade às vítimas do terrorismo em Paris.

Acordo global
A presidente defendeu a adoção de um acordo global contra as mudanças climática que seja “legalmente vinculante”, ou seja, que tenha caráter compulsório para os países signatários.

O discurso da chefe de Estado brasileira foi feito ao mesmo tempo em que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falaram em outras salas, o que dissipou sua audiência. “Estamos aqui em Paris para construir uma resposta conjunta que só será eficaz se for coletiva e justa”, argumentou a presidente. “A melhor maneira de construir soluções comuns é a nossa união em torno de um acordo justo, universal e ambicioso que limite nesse século a elevação da temperatura média global a 2ºC.”

Foi nesse momento que a brasileira defendeu que o acordo de Paris, que substituirá o Protocolo de Kyoto como grande marco legal da luta contra as mudanças climáticas, tenha caráter obrigatório.

“Devemos construir um acordo que seja também, e fundamentalmente, legalmente vinculante”, afirmou. “O nosso acordo não pode ser um simples resumo das melhores intenções de todos. Ele definirá caminhos e compromissos que devemos percorrer para juntos vencermos o desafio planetário do aquecimento global.”

O discurso deixa nas entrelinhas a porta entreaberta para que o Brasil apoie a proposta de um acordo que tenha cláusulas obrigatórias, e outras sem esse caráter. Essa é a tendência indicada pela secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres.

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