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Megaoperação no RJ mobiliza 5 mil, mas só prende 9. Dois homens morrem

Denominada Onerat, ação resulta de trabalho conjunto das Forças Armadas, das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal (PRF)

atualizado

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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
AGENTES DAS FORÇAS ARMADAS EM AÇÃO CONJUNTO COM AS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL FAZEM
1 de 1 AGENTES DAS FORÇAS ARMADAS EM AÇÃO CONJUNTO COM AS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL FAZEM - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Uma megaoperação contra roubo de cargas deflagrada em comunidades do Rio de Janeiro neste sábado (5/8), com quase 5 mil agentes resultou em nove acusados presos, dois suspeitos mortos e três pistolas apreendidas. O balanço, modesto para o efetivo mobilizado na segunda fase da Operação O Rio Quer Segurança e Paz, denominada Onerat (que significa carga, em latim), foi divulgado em entrevista no início da tarde pelos ministros Torquato Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional).

Apesar do tom otimista, ficou evidente a frustração dos comandantes da ação, que recorreu até a carros blindados — eram 71, para o transporte de tropas.

“Os resultados são maiores do que números”, avaliou o chefe da Justiça. “Mais do que os números que foram citados aqui hoje, é a ideia de que há uma ação presente do Estado”, acrescentou Torquato Jardim, que demonstrou satisfação sobre os resultados da operação.

Já Etchegoyen ficou irritado quando lhe perguntaram sobre o baixo número de prisões e apreensões de armas. “Nós podemos no final da operação sentar e contabilizar uniformes rasgados, pneus gastos, material depreciado, viaturas e equipamentos e podemos chegar a conclusão de que foram milhares de dólares ou da moeda que o senhor (o repórter) achar melhor”, ironizou.

“E se nós perguntássemos isso para a mãe de quem levou um tiro e se essa operação tivesse aprendido a arma que matou o filho dela? Não me parece que esse seja o parâmetro que tenha significado nesse momento”, prosseguiu o chefe da Segurança Institucional.

Policiais e militares agiram nos Complexos do Lins e Camarista Méier e no  morro de São João, no Engenho Novo, na zona norte, além do morro da Covanca, em Jacarepaguá, na zona oeste. Militares fizeram cerco nessas regiões, em pontos estratégicos, interditaram ruas e revistaram passantes e veículos.

O espaço aéreo foi restrito para aeronaves civis nessas áreas. Uma das vias interditadas, com a ajuda dos blindados, além de outros veículos, foi a Estrada Grajaú-Jacarepaguá. A via, uma das que ligam as zonas oeste e norte, foi fechada nos dois sentidos, de madrugada.

Participaram da ação 3,6 mil integrantes do Exército e da Marinha, 256 da Polícia Federal, 115 da Polícia Rodoviária Federal, e 570 PMs, além de policiais civis. Paraquedistas do Exército se infiltraram na mata perto de algumas comunidades, para cortar a rota de fuga de criminosos. Os dois suspeitos foram mortos, segundo a Polícia, por resistência à prisão.

Dos 40 mandados de prisão expedidos pela Justiça, quinze foram cumpridos, mas apenas seis resultaram em novas prisões. Outros nove eram contra presos que já estavam na cadeia, por causa de outras acusações. Houve ainda três presos em flagrante, sem relação com as ordens judiciais expedidas.

Também foram apreendidos quatro rádios de comunicação e recuperados 16 carros roubados e uma motocicleta. Apesar dos números baixos, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que desconhece se houve vazamento de informações para os criminosos, que teria possibilitado a fuga.

“Sem dúvida o que a gente busca é sempre o maior número de prisões possível”, salientou o secretário. “Houve um golpe na criminalidade hoje, não na sua maior liderança, mas para isso a gente tem que ter a paciência de efetuar esse papel das Polícias dentro do Estado de Direito democrático. O que está sendo possível de ser cumprido é o que esta sendo apresentado”.

Para efeito de comparação, uma operação da 76ª DP (Niterói), na madrugada de sexta-feira (4), em conjunto com a Polícia Militar, apreendeu sete fuzis, quatro pistolas, uma espingarda calibre 12, munições, além de vários carregadores de modelos diversos.

Os agentes monitoravam traficantes da comunidade do Sabão, no Bairro do São Lourenço, em Niterói, na Região Metropolitana, e descobriram que o tráfico de drogas da comunidade utilizava como paiol um condomínio de classe média no bairro do Barreto”.

O Portal dos Procurados lançou cartaz oferecendo recompensa de R$ 1 mil por informações que levem a polícia a capturar os acusados conhecidos pelos apelidos de Furinho, Nisinho, Jamaicano, Miguelinho, Maninho, Diel, Coroa, Piloto, Tchá Tchá, Hilton, Brancão, Vagner, Da Mata, Da Cabrita, além de uma recompensa de R$ 30 mil pelo traficante Da Russa. Segundo denúncias, seria o comandante geral do tráfico em todo o Complexo do Lins.

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