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Megaoperação contra corrupção policial no RJ prende delegados

A ação, deflagrada pelo Ministério Público e a Polícia Civil, é a segunda fase da Operação Quarto Elemento

atualizado

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JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
OPERAÇÃO CALABAR POLÍCIA CIVIL DO RJ PCRJ
1 de 1 OPERAÇÃO CALABAR POLÍCIA CIVIL DO RJ PCRJ - Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público e a Polícia Civil desarticularam uma quadrilha formada basicamente por policiais civis, militares e bombeiros acusada de extorquir dinheiro de comerciantes em situação irregular no Rio de Janeiro. A ação da polícia é a segunda fase da Operação Quarto Elemento.

Foram presas nesta quinta-feira (30/8) 37 pessoas dentre os 46 mandados de prisão. Entre os presos, estão os delegados Delmo Fernandes e Thiago Martins. Já o delegado Rodrigo Sebastian, apontado pela investigação como um dos chefes da quadrilha, está em contato com a polícia por meio de seu advogado e deve se entregar ainda nesta quinta-feira.

Segundo o promotor Michel Zoucas, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), é difícil saber a quantia que a quadrilha lucrou, pois extorquiam dinheiro tanto de comerciantes mais ricos quanto daqueles com menos renda. “Eles não tinham um público-alvo específico, o público-alvo deles era ganhar dinheiro de forma ilícita.”

Além dos delegados, foram presos 21 policiais civis, quatro policiais militares, um bombeiro e um agente penitenciário. A organização criminosa também contava com a ajuda de informantes que identificavam os estabelecimentos onde havia irregularidades, como lojas com mercadoria falsificada, postos de gasolina que comercializavam combustíveis adulterados, bingos, donos de veículos clonados.

As informações eram repassadas para equipe de policiais, que faziam as “batidas” (diligência policial com o objetivo de lucrar) e cobravam altos valores pela liberação dos comerciantes. Os crimes ocorreram de 2016 para 2017.

“Às vezes, a ação não se resolvia no local da abordagem, que era, muitas vezes, em via pública ou comércio da vítima. Quando a situação não era resolvida ali, eles eram levados até a unidade policial como forma de mostrar que as coisas poderiam piorar e que era necessário que a exigência de pagamento fosse atendida. Para isso, as viaturas da Polícia Civil eram usadas, a estrutura da própria delegacia, os símbolos institucionais, as armas funcionais, além dos próprios membros da Polícia Civil”, explicou o promotor Michel Zoucas.

Operação
A Operação Quarto Elemento recebeu esse nome em razão de uma quarta pessoa que integrava a equipe de delegados criminosos, mesmo sem ser um profissional da polícia. O falso policial andava uniformizado e até cumpria horário de trabalho. Ele, inclusive, acompanhou os delegados Rodrigo Sebastian, Delmo Fernandes e Thiago Martins da 36ª DP (Santa Cruz) para a Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente, para onde os agentes foram transferidos.

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