Mega-Sena: ganhadores são vítimas de golpes e assassinatos. Relembre casos
Jonas Dias, 55, ganhador de R$ 47 milhões na Mega, foi encontrado morto em SP. Antes dele, outros premiados também tiveram fim trágico
atualizado
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Nessa quarta-feira (14/9), Jonas Lucas Alves Dias, que ganhou prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena em 2020, foi encontrado morto à beira de uma rodovia em São Paulo. Foram feitas tentativas de saque após seu desaparecimento e a principal linha de investigação é latrocínio (roubo seguido de morte).
Até a publicação desta reportagem, a Polícia Civil havia divulgado que os bandidos conseguiram fazer uma transferência por Pix no valor de R$ 18 mil e saques de R$ 2 mil. Jonas é mais uma vítima que teve a vida ceifada de forma trágica após tirar a sorte grande na loteria.
Caso Renné Senna
Em janeiro de 2007, um caso parecido aconteceu em Rio Bonito, no Rio de Janeiro. Renné Senna, 54 anos, ex-lavrador e ex-vendedor de doces, ficou milionário após ganhar R$ 52 milhões na Mega-Sena. Ele foi morto a tiros pela então namorada, Adriana de Almeida, de 25 anos.
A viúva chegou a ser inocentada em 2011, mas a sentença foi anulada em 2014 pelo Tribunal de Justiça, após dois jurados se comunicarem durante o julgamento, o que é proibido.
Adriana foi julgada novamente em dezembro de 2016, e condenada a 21 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado — motivo torpe e sem chance de defesa à vítima. A viúva foi a mandante do crime, executado pelos antigos seguranças de Renné, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, condenados ainda em 2009.
Milionário da Mega no Ceará
Famoso por ser o milionário da Mega-Sena no Ceará, Miguel Ferreira de Oliveira, 50, foi morto em fevereiro de 2018, na cidade de Campos Sales. Antes, em 2011, ele havia faturado R$ 39 milhões no jogo. Na época, Miguel, que é paulista, morava em São Paulo.
O milionário foi atingido por três disparos de arma de fogo enquanto participava de uma seresta em um bar. Ele morreu no local e o suspeito, Antônio Pedro dos Santos, de 30 anos, saiu caminhando.
Antônio respondia em liberdade, mas não chegou a concluir o julgamento, pois também foi morto a tiros em Campos Sales, em 2020.
Ganhador tem morte encomendada pelo pai
Fábio Leão Barros havia sido premiado com R$ 28 milhões na Mega em julho de 2006. Entretanto, o valor fez com que a vida do jovem se transformasse em uma história de terror. Francisco Serafim Barros, o pai, foi acusado de encomendar a morte de Fábio em 2010.
Após o prêmio, Fábio transferiu o montante para a conta do pai. Em 2008, ele quis que Francisco devolver o valor, mas o pedido foi recusado. O filho, então, entrou com ação na Justiça para ter o dinheiro de volta. Dois anos depois, Francisco foi preso em Cuiabá (MT) por ter supostamente planejado a morte do filho.
Segundo a acusação, Francisco contratou dois pistoleiros para executar o crime, que não aconteceu porque a dupla foi parada por policiais e confessou a intenção. Ele foi indiciado por formação de quadrilha, mas acabou solto no mesmo ano e nega as acusações. Após o caso, os dois entraram em acordo na Justiça.
Idoso leva golpe e perde fortuna
Em 2022, Fredolino José Pereira, de 71 anos, ganhador da Mega-Sena em Viamão (RS), em 2018, teve mais de R$ 10 milhões levados por golpistas. Duas pessoas são acusadas: o ex-sócio de Fredolino e a namorada.
Eles se tornaram réus por apropriação indébita de bens de pessoa idosa e lavagem de dinheiro. O ex-sócio também responde por estelionato, ameaça e falsificação de documentos públicos.
Fredolino acusou o ex-sócio de dar golpes. Alegava que iria pagar o salário dos funcionários, mas os contratos eram falsificados.