“Angústia e medo”, relata brasileiro preso em hotel em Jerusalém
Antônio Odorico Carneiro viajou para Jerusalém, em Israel, na expectativa de passear, mas no momento passa por tensão e angústia
atualizado
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Em meio ao caos dos ataques surpresa do grupo extremista islâmico armado Hamas contra Israel no último sábado (7/10), Antônio Odorico Carneiro, um brasileiro de 55 anos, está trancado em um hotel em Jerusalém. Ele e a esposa lutam para manter a calma.
“Olhamos para o céu e era possível ver pessoas em paraquedas. Pensei que era apenas algo esportivo ou turístico, mas não, era relacionado ao ataque. Diante da cena, ficamos com medo. Quando voltei para o hotel desliguei as luzes do quarto”, conta Carneiro.
Ele faz parte de uma excursão com 30 pessoas de Brasília, que foi interrompida após os ataques, junto com outros 15 participantes do Rio Grande do Sul, explorando os pontos turísticos de Israel.
No momento dos ataques, o grupo estava retornando de um passeio na Galileia quando avistaram pessoas de paraquedas e caças pelos vidros do ônibus. Ao chegar ao hotel, as autoridades israelenses instruíram a todos para não saírem e, ao soar da sirene, que indica novos ataques, buscarem abrigo no subsolo.
“Ninguém se apavorou porque entendemos que o conflito está relativamente longe de Jerusalém. Portanto, quero acalmar a minha e a família de todos. Estamos bem”, afirma Carneiro.
Com a passagem de avião de volta ao Brasil marcada para a quarta-feira (11/10), Carneiro vive a expectativa de que o voo seja confirmado. “Acredito que vão priorizar a viagem de volta para aqueles em cidade mais próximas do conflito. Acho que por isso ainda não confirmaram o nosso voo”, diz.
“Nunca pensamos que isso ia acontecer conosco, estamos muito apreensivos. Deixamos algumas coisas separadas, que qualquer coisa a gente larga as malas e leva os cartões e o passaporte. O que importa são as nossas vidas”, enfatiza.
Os ataques foram particularmente intensos na parte sul de Israel, onde milhares de foguetes foram lançados. Os militares israelenses afirmam que vários terroristas se infiltraram no território israelita a partir da Faixa de Gaza.
O grupo Hamas reivindicou a responsabilidade pelos ataques, declarando que é o início de uma grande operação para retomar o território. As autoridades de saúde relatam um total de 432 mortes até agora, sendo 200 em Israel e 232 na Faixa de Gaza, com milhares de feridos. Israel está em estado de guerra, de acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que lançou a operação “Espadas de Ferro” e convocou reservistas.
Após uma conversa com o líder israelense, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou apoio total ao país “Deixei claro ao primeiro-ministro Netanyahu que estamos prontos para oferecer todos os meios apropriados de apoio ao governo e a população”, declarou Biden.
Enquanto isso, Antônio Odorico Carneiro e seu grupo aguardam ansiosamente por notícias e tentam manter a calma enquanto a violência se desenrola ao seu redor. Para eles e para muitos outros na região, a incerteza paira no ar, transformando uma viagem turística em uma experiência de angústia e medo.”