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Medidas preventivas podem salvar 50% dos brasileiros da Covid-19

Fator de dispersão, que é a capacidade de cada infectado contaminar outra pessoa, pode frear transmissão do causador da Covid-19

atualizado

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Myke Sena/Especial Metrópoles
mascaras de corona virus formando o sinal da cruz da saude
1 de 1 mascaras de corona virus formando o sinal da cruz da saude - Foto: Myke Sena/Especial Metrópoles

Uma pessoa infectada com coronavírus, causador da Covid-19, pode transmitir para três pessoas em um curtíssimo período de tempo. É o chamado fator de dispersão.

A velocidade das contaminações tem preocupado as autoridades públicas, visto que o adoecimento acelerado sobrecarregará o sistema de saúde.

Contudo, uma estimativa otimista do Ministério da Saúde mostra que até 50% da população brasileira (pouco mais de 100 milhões de pessoas) pode “escapar” do vírus.

No entendimento dos técnicos do governo, quando o coronavírus tiver infectado metade da população, a cadeia de transmissão será rompida.

“Estamos falando da imunidade de cada um. Se uma pessoa transmitir para uma pessoa que já teve contato com o vírus, ela não se contaminará. Ele não vai conseguir  se multiplicar”, explicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Mandetta avaliou que os Estados Unidos serão o país mais parecido com o Brasil no enfrentamento do coronavírus. “Vamos ver o que vai acontecer por lá, pois os comportamentos são parecidos” salientou.

Comparação internacional
Alguns países trabalham com fatores de dispersão diferentes. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que lá será entre 60% e 70% da população.

“Temos um comportamento de vírus da Itália, o que nos deixou mais preocupados. Mas as faixas etárias e população por metro quadrado nos diferem”, detalhou Mandetta.

Se a taxa esperada pelo governo brasileiro irá se confirmar, só o tempo dirá. Contudo, Mandetta está otimista.

“O que a gente sabe é que quando passa de 50% da população infectada, o vírus já não consegue multiplicar mais na mesma velocidade. Se vai ser 50%, 60% ou 70% da população, isso é secundário. Em saúde, dois mais dois, pode ser quatro, mas pode ser três e meio. Cada organismo é diferente, cada população é diferente”, concluiu.

A importância do isolamento
Por enquanto, os números no país continuam subindo. Nesse domingo (22/03), os infectados chegaram a 1.546 e as mortes confirmadas são 25.

Segundo Mandetta, as duas próximas semanas serão decisivas para frear o número de contágio. Por isso, o isolamento social é a principal recomendação atual.

O afastamento de atividades, como ir ao supermercado, evita que pessoas do grupo de risco (idosos, doentes crônicos e gestantes) se contaminem. Mais que isso: minimiza o colapso nos hospitais.

“Para evitar esse colapso, é necessário segurar a movimentação para ver se consegue diminuir a transmissão. Quando a gente toma uma medida de segurar 14 dias, por exemplo, o impacto dessa medida só é sentido 28 dias depois porque a cadeia de transmissão é sustentada e você a quebra”, destacou o ministro na última semana.

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