Medida protetiva proibia que juíza e ex tivessem qualquer tipo de contato
Após ameaça de morte, Justiça havia determinado, há três meses, afastamento do engenheiro que assassinou Viviane na véspera do Natal
atualizado
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São Paulo – Uma medida protetiva garantia à juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, morta a facadas na véspera de Natal pelo ex-marido, o afastamento do assassino, o engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52. Há três meses, o Juizado de Violência Doméstica de Niterói proibiu o contato pessoal entre os dois ou mediante qualquer meio de comunicação. A decisão da Justiça também impedia que o ex-companheiro frequentasse a casa da magistrada.
A medida foi determinada em 15 de setembro, menos de 24 horas depois do pedido feito por Viviane, na 77ª DP (Icaraí), divulgou o jornal Extra. Na ocasião, a juíza registrou uma ocorrência contra o ex-marido por ameaça e lesão corporal, no âmbito da violência doméstica, e informou na delegacia ter caído no chão após um empurrão, lesionando a coxa direita. Ela admitiu que o então marido tinha “gênio explosivo”, mas negou ter sido agredida anteriormente.
A briga ocorreu logo depois de Viviane comunicar o ex-marido sobre a decisão de terminar o relacionamento do casal. Para a juíza, Paulo José aceitaria a notícia sem maiores problemas.
A magistrada chegou a dar uma carona da Gávea, zona sul do Rio, a Icaraí, em Niterói, ao engenheiro, que, dentro do carro, no entanto, demonstrou estar “enfurecido” e “destemperado”. Isso fez com que Viviane desistisse de pegar as filhas na casa da mãe e levá-las com ele a Campo de São Bento, como combinado inicialmente. Quando chegou ao prédio, Paulo forçou a entrada, passando pelo porteiro sem autorização, e ainda empurrou a ex-mulher.
No primeiro termo de declaração, a magistrada disse que não desejaria pedir medidas protetivas da Lei Maria da Penha. Cinco horas depois, retornou à delegacia e relatou que Paulo havia voltado à casa da mãe dela, jogado todas as roupas da ex-mulher pelas grades do condomínio e prometido vingança. “Isso não vai ficar assim! Eu vou te matar”, teria dito o engenheiro.
Viviane repetiu que não desejava que o engenheiro fosse preso, mas, dessa vez, requereu a adoção das medidas protetivas, ainda segundo o jornal Extra. No dia 17 de outubro, ela solicitou escolta ao Tribunal de Justiça, dispensada em 24 de novembro pela magistrada por razões pessoais.