Médicos pelo Brasil: ministro culpa pandemia por demora em contratar
Evento que marcou primeiras contratações de médicos para programa foi repleto de indiretas ao antecessor Mais Médicos
atualizado
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Em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (18/4), o governo federal formalizou as primeiras contratações para o programa Médicos pelo Brasil, substituto do Mais Médicos. Apesar do programa ter sido criado em agosto de 2019, o edital e posteriores convocações só foram oficializadas três anos depois.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, justificou a demora citando o enfrentamento à pandemia. “Nós enfrentamos uma Emergência Sanitária de Importância Nacional, todos sabem o impacto que houve sobre o sistema de saúde. Então a prioridade número 1 era atender a questão da Covid”, explicou.
Queiroga também ressaltou a importância de construir o que chamou de “marco regulatório estável”. Citou a criação da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), que fará a gestão da iniciativa, e composição de conselho e diretoria.
Na primeira etapa do programa, 529 médicos e tutores foram convocados para 24 estados. A expectativa é de que 1,7 mil profissionais sejam convocados em abril e os chamamentos continuem durante o ano para cumprir o edital.
Veja quantos médicos cada estado receberá pelo Médicos pelo Brasil
Os médicos serão contratados por meio de CLT e terão acesso a progressão de carreira. Os salários podem chegar a R$ 30 mil e aumentam de acordo com o local atendido.
Mais Médicos
Durante a cerimônia, Queiroga e o presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitaram a oportunidade para criticar o programa antecessor do Médicos pelo Brasil, conhecido como Mais Médicos. O ministro da Saúde afirmou que os médicos vinham de uma ditadura na América Latina e que “esses colegas não tinham autonomia nem sequer pra receber o suor do seu trabalho que eles ganhavam prestando assistência”.
Também em referência aos profissionais cubanos, o presidente afirmou que 80% do salário recebido pelos médicos “ia para Fidel Castro”. Bolsonaro afirmou que, durante a tramitação do projeto no parlamento, na época em que era deputado federal, “tentamos fazer um teste mínimo na pessoa para saber se algum remédio é via oral ou venosa”.
De acordo com o presidente, a maioria não seria aprovada: “Não saberia responder”. Ele definiu o Mais Médicos como um “trabalho análogo à escravidão”. “Enganavam o povo brasileiro com pessoas humildes que estavam aqui cumprindo uma missão do regime cubano”, argumentou.