metropoles.com

Médicos pedem “respaldo” após Bolsonaro defender cloroquina

Especialistas defendem que eficácia da droga contra a doença causada pelo novo coronavírus exige respostas mais robustas da ciência

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Raphael Veleda/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro segura caixa de hidroxicloroquina
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro segura caixa de hidroxicloroquina - Foto: Raphael Veleda/Metrópoles

Fortemente defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como tratamento para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o uso da cloroquina ainda exige pesquisa científica para o uso seguro e com eficácia comprovada.

O medicamento, usado no tratamento de malária, por exemplo, mais uma vez colocou o chefe do Palácio do Planalto em um lado antagônico do entendimento médico-científico.

A mais recente polêmica envolveu os médicos David Uip, Chefe do Centro de Contingência contra a doença em São Paulo, Roberto Kalil Filho, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

Bolsonaro e integrantes do governo questionaram se Uip teria sido tratado com o medicamento. Ele não respondeu. Já Kalil Filho admitiu ter usado a droga como parte do tratamento.

Nesta quarta-feira (08/04), Bolsonaro defendeu no Twitter que “cada vez mais o uso da cloroquina se apresenta como algo eficaz”.

Contudo, o uso da cloroquina —  sozinha ou associada a outra droga — no tratamento da Covid-19 ainda exige pesquisa científica para comprovar a sua eficácia.

A conclusão é do médico Luciano César Azevedo, superintendente de ensino do Hospital Sírio-Libanês.

“A cloroquina ainda não tem sua eficácia estabelecida dentro de um protocolo de pesquisa que seja bem realizado e bem desenhado especificamente para a Covid-19. Qualquer uso para tratar esses pacientes não encontra o respaldo devidamente seguro na literatura médica”, garante.

O Sírio-Libanês é um dos hospitais brasileiros que estão na corrida pela comprovação científica da eficácia do remédio. “Enquanto as pesquisas não estão prontas (o que levará de 2 a 3 meses), a cloroquina só deve ser usada com prescrição médica”, salienta.

O uso da cloroquina ganhou repercussão após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar, no mês passado, que o país está realizando testes com a droga.

A eficácia e o uso do medicamento é um dos pontos que separam Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O chefe da pasta acredita que o uso deve ser controlado e que é necessário aguardar respostas robustas da ciência para ampliar o uso.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?