Um dos médicos executados no RJ é irmão da deputada Sâmia Bomfim
Médicos estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso de ortopedia e foram assassinados em um quiosque na beira da praia
atualizado
Compartilhar notícia
Diego Bomfim, um dos três médicos executados no Rio de Janeiro, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP). Ele estava na cidade para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva de Pés e Tornozelos (Mifas, na sigla em inglês), que começa na tarde desta quinta-feira e vai até sábado (7/10).
Hospedado em hotel próximo, Diego estava em um quiosque na Barra da Tijuca, com os outros dois ortopedistas, quando foi alvejado.
Diego Bomfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Ele era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP), e torcia para o time de futebol paulista Santos. O time lamentou o ocorrido, e ressaltou que o ortopedista utilizava o “manto sagrado”, como chamam a camisa do time. Na ocasião, Diego utilizava uma camisa de edição limitada da baixada, em homenagem a banda Charlie Brown Jr, que carrega o número 13 (DDD da cidade) nas costas.
Diego também era médico da Rede D’Or em São Paulo, onde realizava atendimentos de reconstrução e alongamento ósseo, além de cirurgias de pé e tornozelo. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Lourenço Jorge.
Por meio de nota, a parlamentar Sâmia Bomfim considerou a notícia estarrecedora, se solidarizou com familiares das vítimas, e agradeceu as mensagens de apoio, estando devastada. “Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento”, compartilhou a equipe da congressista.
Além disso, Bomfim também considera o crime uma execução, e pediu por investigação imediata para descobrir as motivações do caso. “Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores”, conclui a nota.
A legenda da deputada, por sua vez, também manifestou o profundo pesar sobre o caso, destacando a perda da parlamentar. A sigla também prestou solidariedade, e afirmou que presta apoio à parlamentar e família. “Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei. O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada”, completa a nota.
Veja a nota do Santos FC na íntegra:
“O Santos FC lamenta o falecimento de Diego Bomfim, santista apaixonado que foi assassinado na madrugada desta quinta-feira, em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Diego estava com o nosso Manto Sagrado durante o trágico momento. O Clube lamenta, também, o falecimento de Marcos Corsato e Perseu Ribeiro Almeida e deseja uma pronta recuperação a Daniel Sonnewend Proença, que também foi ferido, mas foi levado ao hospital e se encontra em estado estável. Nossos sentimentos aos amigos e familiares das vítimas. A nação santista está com vocês!”
Entenda o caso da execução dos médicos
O caso ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, durante a madrugada desta quinta-feira (5/10). Um profissional também ficou ferido e se encontra em estado grave. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio (PCERJ), instaurou um inquérito para investigar o homicídio.
O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4, e testemunhas teriam visto um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos. Os profissionais de medicina mortos são especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Veja mais sobre quem eram os profissionais de Saúde vitimados.
Há, ainda, uma quarta pessoa alvejada: Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
O Metrópoles tenta contato com o Conselho Federal de Medicina (CFM), mas ainda não teve retorno. Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país.