Médicos de hospital com mortes após falta de energia têm salário atrasado
Prefeitura reconheceu que mês de junho não foi pago ainda. Onze pacientes da UTI foram transferidos às pressas e dois deles morreram
atualizado
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Goiânia – Médicos do Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu, no norte de Goiás, têm reclamado do atraso de salários. A unidade teve que transferir onze pacientes no último domingo (11/7) depois que houve uma falha no gerador de oxigênio da unidade de terapia intensiva (UTI). Dois morreram.
A Prefeitura de Porangatu confirmou por nota que a remuneração dos médicos do mês junho ainda não foi paga, mas que está sendo providenciada. O hospital, que atende pacientes com a covid-19, é administrado pelo município e recebe verba estadual.
Por volta das 13h do último domingo, uma árvore caiu sobre a rede elétrica próxima ao HCamp. A descarga elétrica danificou um dos sistemas de fornecimento de oxigênio. Todos os pacientes da UTI foram transferidos às pressas para o Hcamp de Uruaçu, distante cerca de 130 km.
O paciente Altamiro Antônio de Souza, de 70 anos, morreu logo após a transferência. Já o paciente Albinor Rodrigues Pereira, de 76 anos, faleceu antes mesmo de entrar na ambulância.
Respostas
O hospital de Porangatu é administrado pela organização social Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (INMED). Uma empresa de Minas Gerais é responsável pela manutenção do equipamento que impediu a distribuição de oxigênio.
Por nota, a Prefeitura de Porangatu informou que ficou acordado que os profissionais de saúde da INMED vão receber entre os dias 20 e 25 de cada mês. Segundo o município, atrasos na assinatura da folha de comprovação de plantão podem provocar atrasos na remuneração.
A Prefeitura de Porangatu garante que um segundo sistema atendeu os pacientes até a transferência e que em nenhum momento faltou energia, medicamento ou oxigênio aos pacientes em atendimento.