Médico suspeito de matar tio a facadas é preso em ala de Covid-19
Jorge Fernando de Souza Silva, de 27 anos, é suspeito de assassinar o parente e tentar atacar duas mulheres e um homem no interior de SP
atualizado
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O médico Jorge Fernando de Souza Silva (foto em destaque), de 27 anos, foi preso nessa quinta-feira (17/6), enquanto realizava plantão médico no hospital do Núcleo Habitacional Comendador José Zill, de Areiópolis (SP). Ele estava foragido há um ano e meio pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
De acordo com o portal Uol, Jorge é suspeito de ter matado o tio com 23 golpes de faca, em 1º de janeiro de 2018. Na época, ele estudava medicina em uma faculdade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e passava férias em Agudos, no interior de São Paulo.
No momento da prisão, Jorge trabalhava atendendo pacientes em uma ala de Covid-19.
Entenda o crime
Segundo a ocorrência, médico e tio foram vistos dentro do carro de Jorge no dia do crime. Investigações apontam que os dois tiveram uma briga, e o crime aconteceu após ambos fazerem uso de drogas.
A identificação de Jorge como o responsável pelo assassinato foi feita após perícia no carro do jovem, que encontrou uma amostra de sangue da vítima no veículo.
Em 2 de janeiro de 2018, Jorge teria tentado atacar duas mulheres, também dentro do carro e no mesmo local. As vítimas, no entanto, viram uma faca e luvas que estavam dentro do carro e fugiram, de acordo com a polícia.
No dia seguinte, em 3 de janeiro, ele foi acusado de esfaquear um homem, também em Agudos. O rapaz foi atingido com uma facada no tórax, ele fugiu e pediu ajuda. Por essa tentativa de homicídio, o médico ficou preso por dois meses, em 2018. Entretanto, foi solto para responder ao crime em liberdade até o julgamento.
Somente em janeiro do ano passado, a prisão preventiva do médico foi decretada. Desde então ele vinha sendo procurado pela Polícia Civil do estado.
Prisão
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o rapaz foi levado, após a prisão, para a Cadeia Pública de Avaí.
Em nota, a defesa do jovem informou ao Uol que o processo segue em segredo de Justiça.
“Não podemos dar informações detalhadas sobre o caso. O que podemos dizer é que ele é inocente e não tem qualquer tipo de relação com acusação e isso será provado no decorrer do processo”, diz o comunicado.
Trabalho como médico
Jorge trabalha como médico desde janeiro do ano passado, quando se inscreveu no Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele trabalhava na linha de frente de combate à Covid-19, em um posto municipal de Areiópolis.
Segundo a Diretoria Municipal de Saúde, o profissional era contratado de uma empresa terceirizada que presta o serviço de atendimento médico no município.
“Informamos que mantemos um contrato com a empresa Serviços e Assistência Médica Bidim Lelis LTDA – EPP, e todos os médicos plantonistas que prestam serviços em nossa unidade de saúde são contratados por esta empresa, não tendo qualquer vínculo com a administração municipal. Salientamos ainda que não tínhamos nenhum conhecimento dos fatos, onde o médico em questão está devidamente registrado no CRM, cujo registro está ativo, estando apto a prestar os atendimentos e nunca tivemos nenhum tipo de problema com a conduta profissional do mesmo”, diz nota emitida pelo executivo.
Já a empresa Bidim Lelis afirma que não sabia da existência do processo contra Jorge, e garante que o médico sempre trabalhou corretamente.
“O médico prestou serviços de forma esporádica cobrindo eventuais faltas de médicos, e atuava na ala Covid substituindo a médica que está em isolamento por ter se contaminado com a doença. O profissional sempre trabalhou corretamente, inclusive não havendo qualquer reclamação por parte dos pacientes que foram por ele atendidos. A empresa desconhecia por completo a existência de qualquer problema criminal envolvendo o médico.”