Médico quer Queiroga expulso da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Motivo é a relutância do ministro da Saúde em torno da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19
atualizado
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Antes de assumir o cargo de ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Queiroga comandava a Sociedade Brasileira de Cardiologia. E por sua relutância em torno da imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, um de seus colegas, o cardiologista Bruno Caramelli, apresentou pedido de expulsão de Queiroga à sociedade.
“O argumento que eles usam [contra a vacinação de crianças] é o de que a ciência está dividida. É mentira. Ele [Queiroga] continua insistindo nisso, logo ele que é cardiologista e que era presidente da SBC”, afirmou Caramelli à coluna Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
De acordo com Caramelli, a expulsão se justifica pelo estatuto de entidade e utiliza o trecho que prevê a exclusão dos que “praticam, com culpa ou dolo, qualquer ato contrário aos interesses e à consecução do objeto social da SBC”.
No momento em que Queiroga obstrui a imunização do público referido, de acordo com Caramelli, ele se opõe aos objetivos da entidade. O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre o tema, com o argumento a vaconação de crianças contra a Covid “não é consensual”.
A imunização de crianças de 5 a 11 anos com a vacina da Pfizer foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro. Desde então, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou contrário.
“Estamos conversando com o [ministro da Saúde, Marcelo] Queiroga nesse sentido. Ele, dia 5, deve ditar normas de como é que deve se vacinar crianças. Eu espero que não haja interferência do Judiciário; Espero, porque a minha filha não vai se vacinar — deixar bem claro. Ela tem 11 anos de idade”, disse o presidente, nesta segunda-feira (27/12), ao conversar com a imprensa em Santa Catarina.
Conforme apurado pelo Metrópoles com integrantes do Ministério da Saúde, apesar das obstruções, a vacinação do público deve começar em 10 de janeiro. A exigência de receita médica, porém, tem motivado manifestações contrárias dos estados, que discordam.