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Médico afastado após denúncias de assédio é vacinado contra Covid-19

Ele recebeu um habeas corpus, no qual constou que ele só poderia ser detido novamente se cometesse outra vez o mesmo crime

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Um ginecologista, que chegou a ser preso em 2019 após 20 denúncias de pacientes e funcionários, por importunação sexual foi vacinado contra a Covid-19 no Hospital da Mulher e Maternidade Santa Fé, no bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte (MG). O médico teria sido imunizado antes até do que plantonistas e parte da equipe de enfermagem do hospital. As informações são do jornal O Tempo.

A maternidade informou que o ginecologista, de 75 anos, está afastado de suas funções, mas, por ser acionista da unidade, manter seu registro médico regular e por se enquadrar na lista prioritária por idade, seu nome foi encaminhado a listagem oficial de sócios a serem vacinados.

O Ministério Público do Estado denunciou o médico, no ano passado, pelo crime de conjunção carnal e ato libidinoso mediante fraude – quando o suspeito mente para cometer o crime, como se aproveitar do atendimento médico para submeter mulheres a práticas de assédio sexual.

Em 2019, uma mulher de 22 anos compareceu a uma delegacia e declarou que o médico a provocou durante todo o atendimento, agendado para a verificação de um DIU recém-colocado. De acordo com ela, o ginecologista a assediou, tentou beijá-la à força e fez comentários sexuais durante o exame.

Após essa denúncia, uma funcionária do hospital onde o médico atendia declarou na delegacia que outras pacientes já tinham reclamado da conduta do homem, mas nenhuma teria seguido com o caso. Depois da veiculação da denúncia na imprensa, outras 13 mulheres compareceram à polícia e alegaram ter sido abusadas sexualmente pelo médico.

Liberdade

Quando as denúncias começaram a aparecer, em novembro de 2019, a Polícia Civil indiciou o suspeito, mas ele pôde aguardar em liberdade pelo crime de importunação sexual após pagamento de fiança. A Justiça decretou a prisão dele no mês seguinte, em dezembro, entretanto logo depois ele recebeu um habeas corpus, no qual constou que ele só poderia ser detido novamente se cometesse outra vez o mesmo crime.

Na denúncia do MP contra o médico constam queixas de quatro mulheres diferentes, que relataram ataques ocorridos entre 2014 e agosto de 2019, sendo que uma delas era menor de idade à época.

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