“Me chamou de velho descarado”, diz idoso que matou homem em ônibus

Goiânia – O aposentado Alonço José da Silva Filho, de 63 anos, que matou o passageiro de um ônibus com uma faca de bolso durante uma viagem, disse para a polícia que a vítima o agrediu e o xingou, antes de ser esfaqueado.

Alonço golpeou Marcos Oliveira de Morais, de 53 anos, depois que ambos brigaram por causa de uma lâmpada acesa dentro do ônibus, que ia de Anápolis (GO) para Campinas (SP).

O crime ocorreu na noite de segunda-feira (7/3) enquanto o veículo passava pela rodovia BR-153, na altura de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital de Goiás.

Segundo o depoimento de Alonço na delegacia, que o Metrópoles teve acesso, a confusão entre os dois começou logo no início da viagem.

“Velho descarado”

Inicialmente, Marcos teria começado a perturbar uma passageira, pedindo que ela ajudasse ele com o celular dele. A passageira não teria dado prosseguimento na conversa.

Em seguida, Marcos teria acendido as duas luzes da poltrona dele e teria ficado mexendo no celular. Alonço, então teria pedido para que ele apagasse pelo menos a lâmpada do corredor e deixasse acesa apenas a luz do lado da janela. Outras pessoas também teriam reclamado.

Ainda de acordo com o depoimento, Marcos teria se levantado, ido na direção de Alonço e teria começado agredi-lo com murros.

“Enquanto batia no interrogado, o homem o chamava de velho descarado e que ele sabia dos direitos dele e que ele tinha o direito de mexer no celular”, informou trecho do depoimento.

Faca para frutas

Alonço ainda afirmou que enquanto era agredido, se lembrou que tinha uma faca na bolsa. Ele disse que pegou a arma e deu uma facada no passageiro.

Outros passageiros avisaram o motorista da briga. O ônibus foi estacionado e assim que desceu, Alonço jogou a faca em um matagal. Ele disse que andava com essa faca para cortar frutas.

Uma equipe médica da Triunfo Concebra foi até o ônibus e realizou o atendimento da vítima, que morreu no local. O aposentado foi algemado e preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Investigação

Alonço foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil em Aparecida de Goiânia. Ele não tem antecedentes criminais e disse que está arrependido de ter matado o passageiro.

A Polícia Civil ouviu dois policiais e o autor do crime. Nenhum passageiro foi ouvido pela polícia investigativa. Alonço deve passar por uma audiência de custódia na tarde desta terça-feira (8/3).

O Judiciário vai decidir se a prisão em flagrante poderá ser convertida em preventiva. O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) vai ser responsável pelo inquérito.