Mauro Cid lamentou por militares permanecerem “muito disciplinados”
Em conversa com teor golpista, militar sugeriu demissão com aposentadoria proporcional no caso de Lula assumir e Cid lamentou disciplina
atualizado
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ajudância de ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL), lamentou que os militares permaneciam “muito disciplinados”, em conversa com o tenente-coronel Sérgio Cavaliere.
A conversa, de teor golpista, aconteceu no dia 19 de novembro de 2022 e foi revelada em reportagem da Folha de S. Paulo desta terça-feira (20/2).
O diálogo começa com Cavaliere sugerindo uma concessão especial para militares deixarem a carreira com aposentadoria proporcional, caso o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse e não conseguissem reverter o resultado da eleição.
Mauro Cid, então, disse que teria conversado sobre o assunto com o vice-chefe de gabinete, sem explicar de qual órgão, e informou que a ideia seria não conceder esse tipo de benefício para ninguém.
Cid e Cavaliere são investigados
“Se tudo descambar, nós e nossas famílias sofreremos por decisões totalmente em desacordo com o que pensamos. Temos nos mantido confiantes e disciplinados até agora. Espero que estejam preparados para lidar com o racha interno, que virá”, declarou então Cavaliere, segundo a Folha.
Em resposta, Cid diz que o problema é que “estamos muito disciplinados”.
Os dois militares são investigados pela Polícia Federal por suspeita de fazerem parte de um grupo que organizou uma suposta tentativa de golpe de Estado no país.