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“Mataram meu filho”, diz pai de Miguel, portando cartaz: “Não foi acidente”

Inocêncio Francisco da Silva estava muito emocionado durante protesto em Recife que pediu justiça pela morte do menino de 5 anos

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Inocêncio Francisco da Silva, pai de Miguel Otávio, com um cartaz na mão em que se lê: "Não foi acidente"
1 de 1 Inocêncio Francisco da Silva, pai de Miguel Otávio, com um cartaz na mão em que se lê: "Não foi acidente" - Foto: Wilfred Gadêlha/Especial para o Metrópoles

Inocêncio Francisco da Silva, pai de Miguel Otávio, 5 anos, fez um desabafo comovente pouco antes do começo de um protesto na tarde desta sexta-feira (05/06), em Recife, pedindo justiça pela morte do menino:

 “Mataram meu filho. Eu acredito sim na Justiça. Se não na dos homens, na de Deus”, afirmou, com um cartaz onde se lia: “Não foi acidente”.

Miguel morreu após ser deixado sozinho no elevador de serviço por Sarí Corte Real, patroa da mãe do menino, Mirtes Renata, que trabalhava como empregada doméstica da família. Mirtes havia descido com a cachorra da família para passear. O menino subiu de elevador ao 9º andar, escalou as grades, caiu de uma altura de 35 metros e morreu.

O protesto reunia cerca de mil pessoas no meio da tarde desta sexta. É a primeira manifestação na cidade desde que o isolamento foi decretado em Recife, em 19 de março. O ato foi convocado por 50 entidades da sociedade civil, com concentração a partir das 13h em frente ao Tribunal de Justiça, na Praça Da República, bairro de Santo Antônio, região central da capital pernambucana.

Às 14h30, enfileirados e buscando manter uma distância segura entre si, seguiram gritando palavras de ordem em direção às Torres Gêmeas, no bairro vizinho de São José, onde fica o apartamento dos patrões da mãe de Miguel.

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Como aconteceu

Miguel brincava com a filha dos patrões da mãe no apartamento da família, no 5º andar, quando Mirtes Renata precisou descer para passear com a cadela da família. Ela avisou às crianças que nenhuma delas iria junto. Depois disso o filho saiu para tentar encontrá-la. Câmeras do circuito interno de segurança do condomínio gravaram o momento em que Sarí Corte Real permitiu que Miguel entrasse sozinho no elevador. É possível também ver que ela falava com o menino, mas que o deixava dentro do elevador. Miguel acabou subindo de andar em vez de descer para onde estava Mirtes.

Ele foi até o 9º andar, onde escalou a grade de uma área comum dos aparelhos de ar-condicionado do prédio e acabou caindo.

 

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Miguel morreu no dia 2 de junho  após cair do 9º andar de um prédio em Recife
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Miguel com a mãe

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Sari Corte Real, a empregadora de Mirtes Renata, que estava com o menino Miguel

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Inocêncio Francisco da Silva, pai de Miguel Otávio, com um cartaz na mão em que se lê: "Não foi acidente"

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A mãe do menino contou que o passeio com o animal foi rápido e próximo ao edifício onde trabalhava. Na volta da caminhada, enquanto buscava uma encomenda, soube que alguém tinha caído. Quando foi ver quem era, descobriu que era Miguel. “Vi meu filho ali, estirado no chão”, lembrou.

Miguel foi levado para o hospital no carro da patroa de Mirtes, Sari Corte Real. “Não demorou muito e tivemos a notícia que meu filho virou estrelinha, que está lá com Jesus e Maria. Está no colo de Maria”, relatou a mãe.

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