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Massacre no AM: governo armazena corpos em caminhões-frigoríficos

Trabalho é demorado porque a equipe é reduzida: são apenas quatro peritos legistas e um odonto legista para identificar 55 mortos

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presídio Manaus
1 de 1 Presídio Manaus - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a justificativa de falta de espaço, 40 dos 55 corpos de detentos mortos no massacre em presídios de Manaus (AM) foram colocados em um caminhão-frigorífico alugado pelo governo do estado. Dos 16 cadáveres liberados, 15 eram de presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). O 16º era um interno do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). As informações são do G1.

A presidente do Sindicato dos Peritos no Amazonas, Viviane Pinto, afirmou que o trabalho de identificação dos corpos será demorado pelo pequeno número de peritos.

“Devido ao número reduzido de peritos, esse trabalho é mais longo e demorado. São quatros peritos legistas na escala e um odonto legista para toda essa demanda. Atualmente, são 20 gavetas no IML [Instituto Médico Legal], que já estão ocupadas. Os demais corpos estão na câmara frigorífica que foi contratada”, disse Viviane.

Veja a relação de vítimas

Mortos no Compaj:
Ancelmo Pereira dos Santos, 39
Antonio Xavier da Silva Camargo Filho, 42
Cleison Silva do Nascimento, 25
Edney Sandro Sabóia de Vasconcelos, 36
Elisson de Oliveira Pena, 26
Erick Weslley Martins Mendes, 25
Fernando dos Santos Ferreira, 27
Francisco de Assis Marcelo da Silva, 34
Hiel Lucas Miranda da Silva, 29
Igor Peres de Oliveira, 21
Leonardo Queiroz Campelo, 31
Naelson Picanço de Oliveira, 32
Nayan Serrão Pereira, 31
Pedro Paulo Melo Xavier, 25
Rodrigo Oliveira Pimentel, 29

Mortos no Ipat:
Fábio Queiroz Ferreira

Palco da chacina
No último domingo (26/05/2019), o Compaj voltou a ser palco de uma chacina. Quinze detentos foram assassinados. Em nota, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou que as mortes aconteceram durante uma briga entre presos dos pavilhões 3 e 5, e que, após o acionamento do Batalhão de Choque da Polícia Militar, a situação havia sido controlada sem que nenhum agente penitenciário ou policial se ferisse. A briga começou durante o horário de visitas.

Em razão do ocorrido no domingo, a Seap aplicou uma série de medidas administrativas em todas as unidades prisionais do estado, entre elas a suspensão das visitas no Compaj e em outros estabelecimentos.

Nessa segunda-feira (27/05/2019), no meio da tarde, o governo do Amazonas informou que mais 40 detentos haviam sido encontrados mortos em suas celas, elevando para 55 o total de óbitos no sistema prisional amazonense em dois dias.

Das 40 ocorrências registradas nessa segunda: 25 ocorreram no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat); quatro, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj); cinco, no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1); e seis, na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) – todos locais em Manaus.

Em 2017, na mesma unidade, uma rebelião resultou na morte de 56 pessoas. O Metrópoles produziu um especial sobre os massacres em presídios ocorridos naquele ano: acesse aqui.

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