Massacre em danceteria de Fortaleza deixa ao menos 14 mortos
Segundo informações da Secretaria de Segurança do Ceará, homens fortemente armados entraram no estabelecimento e abriram fogo
atualizado
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Um massacre em Fortaleza (CE) deixou pelo menos 14 mortos e seis feridos na madrugada deste sábado (27/1). Informações preliminares da Polícia Civil do Ceará indicam que dezenas de integrantes de uma organização criminosa influente no estado se divertiam na boate Forró do Gago, no bairro Cajazeiras, próximo à Arena Castelão, quando diversos homens armados chegaram em três carros e invadiram o local atirando.
Até as 10h deste sábado, o número oficial de mortos era 18. Durante a tarde, contudo, a SSPDS confirmou 14 mortes, além de seis feridos internados no Instituto Doutor José Frota (IJF), maior centro de urgência da capital cearense – dois deles, em estado grave. A chacina já é, segundo informações oficiais, a maior registrada no Ceará.
Até a última atualização desta matéria, uma pessoa havia sido presa e um fuzil, apreendido.
O secretário de segurança do estado, André Costa, afirmou, em coletiva de imprensa, que o ataque foi um “evento isolado”, comparando a ação com atentados terroristas praticados por atiradores. “No mundo todo tem situações onde se matam 50 ou 60 pessoas em boates, coisa assim. É uma situação criminosa que foi organizada, planejada e executada. É difícil evitar”, disse.
Facção local
A facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) reivindica a autoria do ataque. O grupo criminoso nasceu em Fortaleza para disputar o controle dos presídios e o comando do tráfico de drogas no estado com o Comando Vermelho (CV).
Segundo fontes não oficiais, o evento era promovido por integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que nasceu no Rio de Janeiro, e hoje tem forte presença nos presídios nordestinos e domina o tráfico de drogas no Estado do Ceará.
No ano passado, o grupo teria se aproximado do Primeiro Comando da Capital (PCC), na tentativa de enfraquecer seu principal rival.
Seguindo o modelo da facção Família do Norte (FDN), forte no estado vizinho Rio Grande do Norte, a GDE é uma organização criminosa menor, mas que recentemente vem ganhando força, arregimentando principalmente menores infratores e jovens adultos criminosos, moradores de áreas periféricas da capital cearense, na faixa etária dos 15 aos 25 anos.
Violência
A chacina deste sábado (27) marca a escalada da crise de segurança pública enfrentada pelo governo do Ceará. No levantamento Atlas da Violência 2017, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estado registrou o terceiro maior índice de homicídios, com 46,75 mortes por 100 mil habitantes.
Em 2015, onze pessoas foram assassinadas no ataque conhecido como “Chacina da Messejana”, a maior registrada até o momento na capital cearense. (Com informações da Agência Estado)