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Marun propõe anistia de caixa 2 e cobrança no SUS

Em grupo de WhatsApp, o ministro também se referiu ao candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) como “débil mental”

atualizado

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CPI JBS Carlos Marun
1 de 1 CPI JBS Carlos Marun - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs nesse domingo (22/7) em mensagem a um grupo de parlamentares, que o MDB e o pré-candidato do partido à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, defendam uma forma de “leniência” ao caixa 2 praticado em eleições passadas e a fixação de mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Marun sugeriu a criação de uma corte constitucional para “dirimir conflitos” entre o STF e a Constituição, um conselho superior para controle externo das polícias e avançou sobre a área social, ao recomendar o fim da gratuidade total aos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, escreveu o ministro, que é citado na Operação Registro Espúrio, suspeito de interferir em registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.

“Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade e criar uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal. Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenham controle externo.”

A anistia ao caixa 2 e o limite ao mandato de ministros do Supremo foram discutidos na reforma política, que tramitou no Congresso Nacional, em 2017, mas repercutiram mal e não avançaram.

As ideias do ministro foram publicadas num grupo de WhatsApp de membros do MDB e de Meirelles. O parlamentar confirmou à reportagem a autoria da mensagem, mas não detalhou as propostas. “Opinião pessoal para discussão enviada ao grupo de deputados do MDB e ao candidato. Não me aprofundei nos detalhes. Quero provocar a discussão de todos os itens propostos.”

Procurado, o ex-ministro da Fazenda disse que não havia lido as propostas de Marun encaminhadas a ele pela reportagem. “Não li ainda”, afirmou Meirelles.

Adversários
No texto, Marun diz aos deputados que, caso Meirelles não vença o pleito, “pelo menos teremos o orgulho de não termos participado da eleição a passeio”. Marun critica na mensagem dois potenciais adversários de Meirelles na disputa pela sucessão do presidente Michel Temer, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT), a quem chama de “débil mental”.

“A atitude de Alckmin nas denúncias (contra Temer) o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura, é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz candidato para agora”, escreveu Marun.

Mais tarde, Marun publicou nota dizendo que não teria usado a expressão “débil mental” contra Ciro se soubesse que o conteúdo viria a público. Segundo o ministro, a mensagem a parlamentares do MDB e a Meirelles tratava de posições pessoais que ele deseja discutir com o partido.

“Admito que se soubesse que as mesmas se tornariam públicas não teria utilizado o termo ‘débil mental’ em relação ao Sr. Ciro Gomes, por reconhecer que, independentemente de minhas posições pessoais, um candidato a presidente da República deve ser publicamente tratado com o maior respeito”, afirmou Marun.

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