Markinho Show, ex-marqueteiro de Pazuello, pede para não ter sigilos quebrados
Empresário pediu ao comando da CPI da Covid que não sejam votadas as quebras de sigilo bancário e de comunicações dele antes que deponha
atualizado
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Marcos Eraldo Arnoud Marques, o Markinho Show, que foi marqueteiro do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pediu, em ofício protocolado nesta quarta-feira (9/6) na CPI da Covid, que a comissão não vote possível quebra de seus sigilos.
No pedido, ele sustenta que, por ser empresário e trabalhar com marketing, seu “sigilo de comunicações” estaria coberto pelo “Código de Ética” da profissão (embora não cite exatamente a qual regra se aplicaria) e pelo “dever de confidencialidade entre as partes” (ele e os clientes), assim como o sigilo bancário, “devido à atividade empresarial” que exerce.
Markinho Show também avalia não ver sentido na “agressiva e invasiva quebra de sigilo” antes mesmo de ele ser ouvido pela CPI. O depoimento dele foi adiado e ainda não tem nova data marcada. O marqueteiro disse estar à disposição para ser ouvido assim que for avisado novamente.
Leia o ofício enviado à CPI:
DocumentoRecebidoCPIPANDEMIA843Oficio09062021164923838RECIBOCOD3716 by Lourenço Flores on Scribd
Arrependimento
Logo após ser convocado para depor na CPI da Covid, Markinho Show afirmou que está muito arrependido de seu trabalho no governo Bolsonaro. O publicitário disse ainda que não pedirá ao STF para ter direito a ficar em silêncio na comissão – até esta quarta-feira, ele realmente não havia ingressado com nenhuma solicitação na Justiça.
Questionado se a convocação causou arrependimento por ter topado trabalhar no governo federal, o empresário respondeu:
“Sim, muito, pois tenho minha carreira e detesto que alguém duvide da minha honestidade ou do meu caráter profissional.”
Arnoud foi nomeado em 20 de janeiro deste ano como assessor especial do Ministério da Saúde. Ele já atuava desde dezembro como marqueteiro do militar e também como chefe da Comunicação do ministério. Markinho Show recebia um salário de R$ 13.623. Foi exonerado em 25 de março, pouco mais de dois meses depois.
Em seu site, Venda para o cérebro, Markinho Show se define como “Palestrante Motivacional, Master Coach, Analista em Neuromarketing, Especialista em Marketing, SEO, Hipnólogo, Mentalista, Practitioner em PNL, Músico, Empreendedor e Especialista em Marketing Político”.
Nas redes sociais, Markinho fazia a defesa do chefe e respondia a críticas sobre a atuação de Pazuello. Em plena crise pela falta de oxigênio em Manaus (AM), que colocou em risco pacientes de Covid-19 e até bebês prematuros, o marqueteiro lançou dúvidas sobre como o governo local havia usado o dinheiro enviado pela gestão federal.