Mario Frias visita clubes de tiro em roteiro oficial e omite da agenda
Secretário Especial de Cultura solicitou verba em caráter de urgência para fazer a viagem, diz jornal. Dois assessores o acompanharam
atualizado
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O secretário especial da Cultura, Mario Frias, esteve em um clube de tiros durante roteiro oficial de visitas no interior de São Paulo, no início de fevereiro, mas omitiu a informação da agenda pública.
Conforme revelado pelo jornal Folha de São Paulo, a viagem de Frias foi custeada com recursos públicos. Na solicitação feita em caráter de urgência, ele informou que visitaria os clubes de tiro Assault, em São Bernardo do Campo, e Anvil, em Campinas.
Na agenda oficial, no entanto, essas informações foram ocultadas, aparecendo apenas reuniões com apoiadores e políticos da região. Frias viajou na companhia de dois integrantes do gabinete. Eles também participaram de sessões de tiro.
Os assessores que o acompanharam são Felipe Carmona Cantera, secretário de Direitos Autorais, e Raphael Azevedo, chefe de gabinete. Eles se encontraram, ainda, com o vereador bolsonarista Paulo Chuchu, que é considerado braço direito de Eduardo Bolsonaro (União Brasil).
Agenda e custos
Na agenda de Frias do dia 7 de fevereiro, data da viagem, apareceram apenas uma reunião política (11h30 às 12h30), uma visita a um parque (13h às 14h) e o deslocamento de São Bernardo do Campo para São Paulo (17h).
O secretário da Cultura de Jair Bolsonaro (PL) não publicou fotos nas redes sociais no dia da visita oficial, mas os acompanhantes, sim.
Entre diárias e passagens, Frias e os dois assessores gastaram cerca de R$ 10 mil, conforme dados do Portal da Transparência e do Painel de Viagens.
A Secretaria da Cultura não esclareceu à reportagem da Folha a relação de clubes de tiro com os temas abordados nas reuniões, tampouco o motivo pelo qual Frias ocultou as informações da agenda oficial.
Dia seguinte
No dia 8 de fevereiro, o secretário e os assessores estiveram no CTH Mutante, clube de tiros em Hortolândia, na região de Campinas.
Na agenda dele, apareceram apenas reuniões com vereadores (9h às 10h), com entidades (10h30 às 11h3) e com a secretária de Cultura da cidade (14h30 às 15h30).
R$ 39 mil para ir a Nova York
Frias tem sido alvo de críticas sobre viagens feitas com verba pública. Em dezembro do ano passado, ele esteve em Nova York, numa viagem que custou R$ 39 mil aos cofres públicos e teve apenas três reuniões em quatro dias.
Na ocasião, ele esteve como o lutador brasileiro Renzo Gracie, com os produtores da Broadway Simone Genatt e Marc Routh, e com Bruno Garcia, proprietário da empresa de turismo que cuidou de todo o traslado do secretário na cidade.