Mário Covas, avô de Bruno, também foi vítima de câncer; relembre
Referência para o neto Bruno Covas, o ex-governador havia sido eleito para o segundo mandato quando descobriu a doença, em outubro de 1998
atualizado
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São Paulo – Em dezembro de 1998, Mario Covas, então governador de São Paulo pelo PSDB, foi diagnosticado com câncer na bexiga. Avô do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morto aos 41 anos neste domingo (16/5), também de câncer, havia acabado de ser reeleito chefe do Executivo paulista, para um mandato de quatro anos que seria encerrado em 1º janeiro de 2003.
Com a descoberta da doença, o tucano passou por uma cirurgia de remoção da bexiga, que foi reconstruída em um outro procedimento cirúrgico. No fim de fevereiro de 1999, ele foi submetido à primeira sessão de quimioterapia.
Por conta do tratamento extenuante, Mário Covas chegou a se afastar temporariamente das funções de governador. Quem assumiu o cargo foi seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB), seu aliado e herdeiro político.
Quase um ano depois, em outubro de 2000, a equipe médica de Covas detectou um câncer na região pélvica, entre o reto e a bexiga. Um dos médicos que integrava o time era David Uip, que cuidou de Bruno Covas até o fim de sua vida.
No mês seguinte, o ex-governador passou novamente por uma cirurgia para remoção do câncer. Ali, porém, descobriu-se um tumor no intestino delgado, que também foi extraído. Os médicos falavam em metástase, tal como aconteceu com o neto, que é quando as células cancerosas se espalham pelo corpo.
A partir dessa constatação, a doença se alastrou pelo corpo de Mário Covas. Em janeiro de 2001, a equipe médica descobriu células cancerosas na meninge. Ele pediu licença do cargo no dia 22 daquele mês.
Depois de lutar por dois anos contra o câncer, o tucano foi internado pela última vez em 25 de fevereiro. A imprensa noticiou que ele foi transferido por conta de um quadro infeccioso grave, associado à hiperglicemia e distúrbios metabólicos. Covas também sofria arritmia cardíaca e pressão arterial.
Em entrevista ao Fantástico, em novembro de 2019, Bruno Covas recordou o período em que o avô enfrentou o câncer. O ex-prefeito sabia há menos de um mês que também lutaria contra a doença.
“Houve [pressão da família para que se afastasse do cargo] a partir do momento em que ele não tinha mais condição de tocar as duas coisas. No momento em que ele passou a esquecer o nome, quando a doença apareceu no cérebro”, disse.
Mário Covas faleceu em 6 de março de 2001, aos 70 anos, de falência múltipla dos órgãos. O corpo dele foi velado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, com uma bandeira do estado de São Paulo do caixão. Ele foi sepultado no Cemitério Paquetá, em Santos, cidade onde nasceu.