Marinho sobre trabalhadores de aplicativo: “Beira o trabalho escravo”
Ministro do Trabalho anunciou que governo deverá criar grupo de trabalho para tratar da regulamentação sobre serviços por aplicativo
atualizado
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O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, comparou nesta quarta-feira (18/1) as condições vividas por trabalhadores de aplicativos a um regime de escravidão.
A declaração foi dada durante cerimônia de solenidade com sindicalistas no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, afirmou o ministro.
Lula assinou despacho nesta quarta-feira que determina a criação de um grupo de trabalho para instituir uma política de valorização do salário mínimo. A proposta elaborada pelo grupo deverá ser entregue daqui a 45 dias, com prazo podendo ser renovado pelo mesmo período.
Durante a solenidade, Marinho informou que o governo deverá instituir outros dois grupos de trabalho, um para a valorização da negociação coletiva e fortalecimentos dos sindicatos brasileiros. O outro irá tratar justamente do processo de regulamentação de trabalhadores de aplicativos.
O ministro ainda tratou de tranquilizar as empresas do ramo, avisando que não existem motivos para que se assustem. “Não há aqui nada demais a não ser o propósito de valorizar o trabalho”.
Marinho citou acidentes de entregadores em motocicletas e bicicletas, para demonstrar a importância da regulamentação. “Quem o protege de perigo quenado ele perde a capacidade de trabalho?”, disse.
As declarações vieram depois da primeira reunião do governo Lula com líderes sindicais dos motentregadores, que se encontraram com representantes do Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (17/1).