Marinho: “Quem quer a vaga do Flávio Bolsonaro não é meu pai, é o MP”
Em entrevista ao Metrópoles, o humorista falou do embate ao vivo com o presidente da República e de sua demissão da Jovem Pan
atualizado
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Autor da pergunta que irritou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e provocou a interrupção da entrevista ao vivo na estreia da Jovem Pan News, canal de televisão da rádio Jovem Pan, o humorista André Marinho rebateu, em conversa com o Metrópoles, o presidente da República: “Quem quer a vaga do Flávio Bolsonaro [no Senado] não é meu pai, é o Ministério Público”, disse (confira a partir de 38’).
André é filho do empresário Paulo Marinho, ex-presidente do PSDB no Rio de Janeiro e primeiro suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Ao ser questionado sobre a prática de rachadinha, o chefe do Executivo federal ficou visivelmente irritado, afirmou que André Marinho tinha interesse na ascensão do seu pai ao Senado e, em seguida, abandonou a entrevista.
“Não foi o meu pai que fez associação criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público. [Não foi meu pai] que elevou ao estado da arte você usar verba de gabinete para ficar amealhando recursos e comprar imóvel superfaturado. O que é deles está guardado”, disparou o humorista.
Apoiador de primeira hora de Bolsonaro nas eleições de 2018, Paulo Marinho cedeu a própria casa para o comitê de campanha. A presença de Bolsonaro na residência, no entanto, não garantiu uma relação próxima entre as famílias, segundo André Marinho. “Nós nunca fomos parte do núcleo íntimo da família Bolsonaro. Mesmo na nossa casa, a gente só ia onde a gente era chamado”, assinalou o comunicador.
“Quem nos procurou foi o então pré-candidato Jair Bolsonaro, temendo pela sua candidatura. Isso aconteceu através do meu saudosíssimo tio Gustavo Bebianno, que se foi em março do ano passado. Morreu de tristeza, porque foi escorraçado com requintes de crueldade, depois de ter dedicado integralmente dois anos da vida dele a esse projeto”, contou o humorista (8’).
Jovem Pan
Com a repercussão do episódio, André Marinho deixou o posto na rádio Jovem Pan. Em entrevista ao Metrópoles, ele disse ser “extremamente grato” à emissora. “Foram dois anos maravilhosos de aprendizado e crescimento profissional”, frisou.
“Eu nasci como artista na Jovem Pan, um dos microfones mais potentes do país. Acho que está claro para todo mundo que a rádio fez uma decisão mercadológica no início da pandemia, que está adotando uma linha editorial mais adesista, mais governista”, disse (5’)
Durante a entrevista, o humorista falou dos planos para a carreira e deu detalhes de outro episódio polêmico que protagonizou: a imitação de Bolsonaro em um jantar com o ex-presidente Michel Temer. Confira: