Marinho: cerco a Bolsonaro é “contorcionismo para inibir a oposição”
Parlamentares de oposição realizaram coletiva de imprensa após operação da PF que visou entorno do ex-presidente Bolsonaro
atualizado
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Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (8/2), Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado Federal, afirmou que as recentes operações autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes são um “contorcionismo para inibir a oposição”.
A declaração foi feita após a Polícia Federal (PF) deflagrar operação para apurar a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
O esquema teria sido arquitetado por autoridades e militares. Além de Bolsonaro, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, está entre os investigados e foi preso por porte ilegal de arma.
Durante a coletiva, Marinho argumentou que “o que era excepcional está sendo banalizado”. “O princípio do juízo natural, da imparcialidade, da impessoalidade, o devido processo legal está sendo deixado de lado em nome da defesa da democracia, e isso fragiliza a democracia brasileira”, avaliou.
“Não é possível nós assistirmos uma investigação em que claramente aquele que é a pretensa vítima dessa ação é quem conduz o inquérito. Não é possível imaginarmos que há imparcialidade neste processo”, continuou Marinho, referindo-se a Moraes.
Os senadores de oposição Magno Malta (PL-ES) e Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido no Senado, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Jorge Seif (PL-SC) também participaram da entrevista coletiva.
Operação Tempus Veritatis
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que políticos e militares se aliaram para uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O objetivo, segundo as apurações, era manter Jair Bolsonaro (PL) no poder e colocar em dúvida o resultado das eleições realizadas em 2022.
Além de Bolsonaro, estão na mira da PF o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; e os ex-ministros Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça). Dos alvos, ao menos 16 são militares.
Foram presos Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens. Também foram detidos os militares Bernardo Romão Corrêa e Rafael Martins.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, como a proibição de manter contato com demais investigados, proibição de sair do país e suspensão do exercício de funções públicas.