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Marinha nega envolvimento em trama golpista: “Não houve planejamento”

Troca de mensagens entre investigados pela PF sugere que ex-comandante da Marinha teria mobilizado tanques de guerra para tentativa de golpe

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Almirante Almir Garnier, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF
1 de 1 Almirante Almir Garnier, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF - Foto: Reprodução

A Marinha do Brasil se pronunciou, na manhã desta quarta-feira (27/11), acerca da suposta disponibilização de tanques para uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em nota, a força armada negou as suspeitas contidas no relatório final da Polícia Federal (PF). Segundo a investigação, o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, além de apoiar a trama golpista, mobilizou estrutura e recursos para participar ativamente da tentativa de derrubar o governo vigente no Brasil.

No entanto, de acordo com a Marinha, “em nenhum momento, houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito.” A instituição acrescentou estar “à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias.”

“Sublinha-se que a constante prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e nem será desviada para servir a  iniciativas que impeçam ou restrinjam o exercício dos poderes constitucionais”, ressaltou a força armada.

O relatório da PF aponta que prints de uma conversa com um contato chamado “Riva”, encaminhados em troca de mensagens entre o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelam que o almirante Almir Garnier servia como aliado estratégico. “O Alte Garnier é patriota. Tinham tanques no arsenal prontos”, alegou o contato.

Em resposta, o interlocutor afirma que o “01” — o então presidente Jair Bolsonaro — deveria ter rompido com a Marinha Brasileira, “que o EB [Exército Brasileiro] e a FAB [Forças Aéreas Brasileiras] iriam atrás”.

Todos os 37 indiciados no documento da PF, entre eles Bolsonaro, negam as acusações.

Principais pontos da investigação

A Polícia Federal indiciou, na quinta-feira da semana passada (23/11), o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em plano de golpe de Estado. A acusação inclui crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe e organização criminosa. Entre os indiciados estão ex-ministros, militares e ex-assessores presidenciais.

A apuração revelou o plano denominado Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato de figuras centrais do governo e da Justiça, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A PF aponta que Bolsonaro sabia da existência do plano.

A investigação também apontou a criação de grupos de mensagens no aplicativo Signal, conhecido por apagar automaticamente as conversas conforme período determinado pelo usuário e usado pelos militares para tratar do suposto plano golpista. Um dos grupos chamava-se Copa 2022. Os integrantes adotaram codinomes de países (como Alemanha, Japão e Gana) e apelidos para os alvos: Lula era “Jeca”; Alckmin, “Joca”; e Moraes, “Professora”.

O documento indicou, ainda, um plano para “evasão e fuga” do então presidente Jair Bolsonaro (PL) do país. O esquema seria colocado em prática caso ocorresse eventual intervenção do STF no Executivo ou a cassação da chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

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