Marinha encontra mais um barril com logo da Shell perto de Natal
Tambor de 200 litros de óleo foi encontrado nas proximidades da Ponta de Tabatinga, a 7,4 km da costa da capital
atualizado
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A Marinha confirmou nesta quinta-feira (17/10/2019), que o navio patrulha Guaíba recolheu na quarta um tambor de 200 litros de óleo nas proximidades da Ponta de Tabatinga, a 7,4 quilômetros da costa de Natal, no Rio Grande do Norte. Ainda segundo a Marinha, o tambor vermelho estava boiando no mar quando foi avistado e recolhido. Ele apresentava o logotipo da Shell.
Os militares constataram que o barril estava cheio e não apresentava vazamentos. Amostras do conteúdo foram enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. A Marinha ressaltou, no entanto, que “os dados disponíveis até o momento não permitem concluir se o episódio tem relação com outros tambores encontrados no litoral de Sergipe (que também tinham o logo da Shell) ou com o óleo que tem se espalhado pelas praias do Nordeste”.
O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), confirmou também nesta quinta que Salvador já tem quatro novas praias atingidas pelas manchas de óleo: Praia do Flamengo, Pedra do Sal, Farol da Barra e Rio Vermelho.
Até esta quarta, o Ibama contabilizava 178 localidades atingidas pelo vazamento de óleo que atinge a região Nordeste desde o início de setembro. Com as novas praias o número deve subir para 182 nesta quinta. Mais de 200 toneladas de óleo já foram retiradas das praias.
A Shell havia informado que os tambores encontrados em Sergipe eram originalmente embalagens de lubrificantes para navios, de um tipo que não é produzido no Brasil. A empresa informou também que não havia reutilizado seus tambores. A Shell voltou a ser procurada, mas ainda não se manifestou sobre o novo barril encontrado.
Nesta quarta, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou áreas afetadas na Bahia, em Alagoas e no Sergipe. Ele se reuniu com o professor Alberto Wisniewski, do departamento de Química da Universidade Federal do Sergipe e responsável pela análise do material presente nos barris da Shell encontrados anteriormente e nas praias de Sergipe.
“Ele explicou para nós que são fisicamente diferentes porque um está diluído, com contato com o mar, e o outro concentrado no barril, mas a fonte molecular é a mesma. O DNA é o mesmo”, disse Salles ao Estado. “O que está nos barris está em conformidade com o que está na costa”, disse.