Marinha adia inauguração da Estação Antártica devido ao mau tempo
Devido às condições meteorológicas, o deslocamento das autoridades que saem de Punta Arenas para a Antártica não foi possível
atualizado
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A Marinha do Brasil adiou a reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz. Devido ao mau tempo, as autoridades que participariam da cerimônia não conseguiram sair de Punta Arenas para o local.
Inicialmente, o evento estava marcado para 17h desta terça-feira (14/01/2020). Contudo, a Marinha transferiu a comemoração para esta quarta-feira (15/01/2020).
Representando a Presidência da República, o vice-presidente general Hamiton Mourão (PRTB) vai ao evento de lançamento das novas instalações da base da Marinha. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, também participa.
“A cerimônia de reinauguração da Estação Antártica foi adiada. Devido às condições meteorológicas, o deslocamento das autoridades que saem de Punta Arenas para a Antártica não foi possível. A previsão é de que o evento aconteça amanhã (15), em horário a ser confirmado”, destacou a Marinha, em alerta no Twitter.
Urgente! A cerimônia de reinauguração da Estação Antártica foi adiada. Devido às condições meteorológicas, o deslocamento das autoridades que saem de Punta Arenas para a Antártica não foi possível. A previsão é de que o evento aconteça amanhã (15), em horário a ser confirmado. pic.twitter.com/wCjzACCkoW
— Marinha do Brasil (@marmilbr) January 14, 2020
A Antártica tem cerca de 14 milhões de km² — faixa territorial superior à do Brasil. Lá, se encontra a maior reserva de água potável congelada do planeta, tipos e quantidades de minerais ainda desconhecidos e uma considerável diversidade de micro-organismos, plantas e animais. Além disso, o continente tem grande influência no clima brasileiro e mundial.
As instalações da Estação Comandante Ferraz serão entregues quase oito anos depois do incêndio que destruiu a base anterior, instalada em 1984. O fogo teve início no local onde ficavam os geradores de energia do complexo e atingiu 70% da estrutura da estação. Dois militares morreram na ocasião.
A nova estação recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões do governo brasileiro, o equivalente a cerca de R$ 400 milhões. O espaço tem capacidade para acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), além de contar com 17 laboratórios.
O projeto de engenharia da nova estação brasileira foi desenvolvido para reduzir os impactos ao meio ambiente. Do total da energia consumida no centro de pesquisa, por exemplo, 30% vêm de fontes renováveis produzidas por placas solares e por uma miniusina eólica instalada no local. Além disso, o calor emitido pelos geradores de energia é canalizado para aquecer a usina, em vez de ser lançado para o ar.
Incêndio
A base brasileira Comandante Ferraz, na Antártica, que começou a operar em 1984, pegou fogo em 25 de fevereiro de 2012. Cerca de 70% das instalações foram destruídas e dois militares morreram. Na oportunidade, o Brasil desenvolvia cerca 20 projetos de pesquisa científica, entre eles, de observação atmosférica, geologia, ciências biológicas, monitoramento ambiental de baleias e algas, monitoramento climático e o projeto criosfera, que se desenvolve no interior do continente.
No dia do incêndio, a maioria das 60 pessoas que estavam na estação brasileira foi transferida até a base do Chile. Os prejuízos aos cofres públicos foram da ordem de R$ 24 milhões.
O Superior Tribunal Militar (STM) condenou um suboficial da Marinha a dois anos de detenção pelo incêndio. Ele foi denunciado pelo crime de “causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem”.