Marielle: Dino “não confirma nem nega” delação de Ronnie Lessa
O policial militar reformado é apontado como o autor dos disparos que vitimou a vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes
atualizado
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O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, não confirmou nem negou a possível delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, no caso que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
“Houve uma delação [de Élcio de Queiroz] dessa já firmada, já homologada. E é natural, como eu já tenho assinalado aqui, que haja outros atos de investigação. Jamais esse caso ficou parado, há uma equipe dedicada a esse caso, e os desdobramentos dos atos relacionados a aquela delação podem levar, claro, a outras delações”, afirmou Dino, na tarde desta terça-feira (23/1) na sede do ministério.
“Neste momento existe alguma outra delação? Que eu tenha notícia, não. Não há nenhuma delação, porque juridicamente só há delação quando há homologação”, destacou o ministro da Justiça.
Dino apresentou o balanço da sua gestão à frente do Ministério da Justiça e da transição da pasta para o ministro nomeado Ricardo Lewandowski, que assume o cargo no início de fevereiro.
Flavio Dino toma posse como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 22 de fevereiro.
Delação premiada
O ex-policial militar Élcio de Queiroz acertou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), no ano passado. Ele apresentou detalhes dos assassinatos e confirmou que Ronnie Lessa realizou os disparos contra o carro da vereadora Marielle Franco.
Élcio de Queiroz dirigia o Cobalt prata utilizado no dia do crime. Ele está preso desde 2019.
O jornalista Lauro Jardim, do O Globo, informou que o policial reformado Ronnie Lessa fechou um acordo de delação premiada com a PF. No entanto, o ministro da Justiça não informou se o acordo realmente foi selado.
Lessa foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) em fevereiro do ano passado. Segundo a corporação, ele descumpriu preceitos éticos e estatutários.
Também sobre o caso Marielle, a Justiça do Rio condenou Ronnie Lessa por crime de destruição de provas. Conforme o MPRJ, o ex-pm e outros quatro condenados jogaram armas no mar da Barra da Tijuca, um ano após a morte da vereadora e do motorista.