“Anularia minha vida por ela”, diz marido de Walewska em desabafo
Em entrevista, Ricardo Mendes, de 48 anos, falou sobre o acidente trágico que tirou a vida da esposa, Walewska, aos 43 anos
atualizado
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Dias após o trágico acidente que tirou a vida da ex-atleta Walewska Oliveira, de 43 anos, o marido dela, Ricardo Alexandre Mendes, de 48, falou sobre os motivos que o fizeram se manter distante das cerimônias fúnebres da esposa.
“Por todo o amor que eu tenho por ela, se eu soubesse que ela iria tomar essa decisão, eu anularia minha vida e os meus sentimentos para continuar com ela”, disse Ricardo em entrevista ao UOL. “Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia”, disse o marido, cuja versão é contestada pela família de Walewska.
Custos
O corpo da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira foi velado e enterrado no sábado (23/9), em Belo Horizonte. Ela morreu depois de cair do 17º andar do prédio em que morava com o marido, em Cerqueira César, bairro nobre da região central da capital paulista.
Ricardo Mendes, marido de Walewska, não fez o processo de reconhecimento do corpo da esposa. Além disso, segundo o UOL, ele deixou as roupas da atleta na portaria do prédio para que a funerária recolhesse e fizesse a preparação para o velório.
Questionado sobre a situação, ele informou que não teve condições de lidar com o momento trágico. “Ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta”, afirmou Ricardo.
Relacionamento em crise
O viúvo relatou que, na noite anterior ao incidente, os dois tiveram uma pequena discussão sobre o relacionamento, mas nada que fugisse do aceitável entre um casal. Segundo Ricardo, não houve agressão e muito menos ameaças entre as partes.
“Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta, e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa.”
Ricardo e Walewska se conheceram por meio da ex-jogadora de vôlei Virna. Na época, Ricardo era preparador físico e personal trainer da medalhista olímpica. “Convivemos por 20 anos, mas nos últimos dois não era mais o mesmo amor. Muitas vezes me anulei, mas fiz por ela”, comentou.
Tragédia
De acordo com Ricardo, no dia seguinte à discussão, ele saiu para trabalhar e foi a última vez que viu a esposa com vida.
“Cheguei em casa depois de um dia intenso de trabalho, não sabia que a Wal já tinha chegado. O interfone tocou, eu não atendi. Depois vieram as mensagens pelo WhatsApp do grupo do condomínio, até que a gestora tocou a campainha da minha casa para me avisar da tragédia. Meu chão abriu e eu desmoronei”, disse ele na entrevista.
Sobre a suposta tentativa de suicídio ocorrida há 3 anos, e que consta no B.O., Ricardo disse que conversou com os sogros à época e falou da preocupação com a saúde mental da esposa.
“Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou em ‘fazer uma besteira’. Foi aí que percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi. Me lembro da Wal ter ficado brava e chateada comigo, e que eu não tinha o direito de falar sobre isso com os pais dela. Eu não tive alternativa”, disse ele.
O marido explica que a jogadora fazia terapia há 1 ano. Pontua ainda que não imagina o que pode ter despertado esse gatilho trágico.
“Uma vez ela disse para mim: ‘Posso perder dinheiro, posso perder status, mas não posso perder você’. Esse poder de posse sempre me preocupou. Por isso, de uns três anos pra cá, sempre tive compaixão e cuidado, justamente preocupado com a reação dela. Tentei levar e administrar a crise”, contou.
Relação com o cunhado
Já sobre a relação com o irmão de Walewska, Ricardo apontou que ele tinha ciúmes da irmã. “A primeira vez que conheci o Wesley foi em Curitiba, há 19 anos. Ali, já senti que gerou um ciúme normal de irmão. Logo em seguida, fomos morar no exterior e lá ficamos por sete anos consecutivos. Ele (Wesley) não teve a chance de me conhecer melhor. Todas as vitórias e conquistas, eu estava ao lado da Wal. Acredito que isso só aumentou o ciúme que ele tinha da irmã.”