Marcos do Val diz ter sido “mal interpretado” em fala sobre Pacheco
O senador capixaba alegou que ao falar de “gratidão” do presidente do Senado, não se referia a emendas orçamentárias
atualizado
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Após a repercussão das declarações envolvendo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o senador capixaba Marcos do Val (Podemos) negou ter negociado R$ 50 milhões em emendas parlamentares em troca do apoio à eleição do mineiro para o cargo, em 2021.
Do Val fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais nesta sexta-feira (8/7) para se explicar sobre o caso.
Ele disse ter sido “mal interpretado” na entrevista dada ao jornal O Estado de São Paulo e que, quando usou a palavra “gratidão” referindo-se ao presidente do Senado, não estava falando de recursos orçamentários.
“Só posso acreditar que fui mal interpretado quando concedi uma entrevista por telefone. Jamais houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do presidente Rodrigo Pacheco, que envolvesse recursos orçamentários. Afirmo com toda certeza que jamais aconteceu”, disse. Assista:
“Em nenhum momento houve qualquer tipo de acordo para que eu apoiasse A ou B em troca de recursos ou qualquer outra vantagem”, declarou.
Na live, ele confirmou que o próprio Pacheco pediu ao então líder do Podemos, no Senado, Alvaro Dias (PR), para que o nome dele fosse indicado para a Comissão de Transparência da Casa.
“Após as eleições para presidente do Senado, o Podemos tem o direito de indicar o presidente da Comissão de Transparência. Aí, o Rodrigo Pacheco chegou para o líder presidente do Podemos e disse, contempla aí o Marcos para ser presidente da comissão de Transparência, porque ele ajudou muito e a gente vai fazer um trabalho muito legal, mais transparente ainda”, disse o senador.
O senador também divulgou nota reiterando que não houve favorecimento com recursos do chamado “orçamento secreto“.
“Esclareço que a palavra ‘gratidão’ em nenhum momento se referiu a recurso orçamentário, e sim à possibilidade de Rodrigo Pacheco falar com o líder do meu partido para que eu assumisse a presidência da Comissão de Transparência, que pela proporcionalidade é do meu meu partido. Algo de que abri mão por um colega senador que desejava muito assumir a função”, diz a nota.
Saída do partido
Após ter feito a declaração, o senador tem sofrido pressões internas no Podemos para deixar a sigla.
De acordo com o Estadão, lideranças da legenda consideram “difícil” a permanência do capixaba no partido. A bancada no Senado chegou a divulgar uma nota na qual reforça que é contrária às emendas de relator.
“Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de fazer política”, diz o texto.
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