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Marcos do Val depõe à PF sobre plano golpista de grampear Moraes

Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou versões conflitantes sobre suposto plano golpista em reunião com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira

atualizado

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Pedro França/Agência Senado
Marcos do Val usando terno com a mão no rosto no plenário da câmera dos deputados
1 de 1 Marcos do Val usando terno com a mão no rosto no plenário da câmera dos deputados - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, às 13h40 desta quarta-feira (19/7), para depor sobre as variadas versões apresentadas em um possível plano para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o parlamentar, a trama foi anunciada em reunião com Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), em 8 de dezembro de 2022.

O ex-presidente compareceu à PF na última quarta (12/7) para prestar depoimento. Na ocasião, ele confirmou a reunião com Do Val e Silveira, mas negou qualquer plano contra Moraes. Definiu, ainda, a história comentada pelo senador como “coisa de maluco”.

O ex-mandatário disse que somente soube, já em 2023, pela imprensa e pela live de Marcos do Val, que o parlamentar havia procurado o ministro Alexandre de Moraes para informá-lo sobre a realização da reunião com Bolsonaro. “No encontro com Daniel Silveira e o senador Marcos do Val, no dia 8 de dezembro de 2022, não foi falado sobre equipamentos de escuta ou gravação”, disse o ex-chefe do Executivo federal.

A investigação foi aberta em fevereiro, quando, após contabilizar quatro diferentes versões apresentadas pelo senador, Alexandre de Moraes decidiu pelo esclarecimento da questão.

“Ouvido sobre os fatos, o senador Marcos do Val apresentou à Polícia Federal uma quarta versão dos fatos por ele divulgados, todas entre si antagônicas, de modo que se verifica a pertinência e necessidade de diligências para o seu completo esclarecimento, bem como para a apuração dos crimes de falso testemunho (art. 342 do Código Penal), denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal) e coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal)”, anunciou o ministro em decisão.

Contradições de Marcos do Val

Inicialmente, na primeira denúncia feita por Marcos do Val, o senador disse, nas redes sociais, que houve uma “tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto a ele”.

Segundo Do Val, o plano seria gravar clandestinamente Moraes e usar o conteúdo para questionar o resultado das eleições de 2022, que deram a vitória ao atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador teria sido escolhido por ser uma pessoa próxima a Moraes.

Depois, o parlamentar mudou a versão e declarou que o ex-presidente teria ficado calado durante toda reunião que tiveram. Nesta versão, ele responsabilizou o ex-deputado Daniel Silveira pelo plano e ainda garantiu que denunciou tudo ao ministro do STF.

Na manhã da última quarta (12/7), quando Bolsonaro compareceu à PF, o senador negou envolvimento com qualquer plano golpista e afirmou ter “apreço pela democracia”. O pronunciamento ocorreu após a coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar trocas de mensagens em que Do Val detalha o passo a passo de uma suposta trama golpista, alinhada com Bolsonaro e Silveira.

CPI de 8 de janeiro

Em junho deste ano, Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão contra o senador. As buscas ocorreram no apartamento funcional do congressista em Brasília, no gabinete dele no Senado e em um endereço no Espírito Santo.

As medidas foram solicitadas depois de os investigadores identificarem tentativas do senador de atrapalhar as apurações sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. No fim de junho, o senador solicitou afastamento das atividades parlamentares após precisar de atendimento médico durante uma sessão da CPI que investiga os ataques de 8 de janeiro.

 

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