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Marco Temporal: indígenas vão ao STF contra derrubada de vetos

Congresso derrubou o veto do presidente Lula ao trecho relacionado Marco Temporal, que estipula uma data para demarcação de terras indígenas

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1 de 1 Foto colorida de indígenas segurando placa contra o marco temporal - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) pretende entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao trecho de uma lei que determina o Marco Temporal para demarcação de terras indígenas.

O Congresso Nacional derrubou, nesta quinta-feira (14/12), os vetos do petista contra o Marco Temporal, que estabelece que apenas as terras indígenas ocupadas até a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, podem ser demarcadas.

O STF rejeitou em setembro a tese do Marco Temporal por nove votos a dois. A decisão da Corte tem repercussão geral, dessa forma todas as discussões jurídicas que estabelecem o dia 8 de novembro de 1988 para demarcação de terras indígenas devem seguir o entendimento do STF.

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Indígenas durante mobilização na capital federal
Representantes de povos indígenas em Brasília
Bancada do Cocar no Congresso se posiciona contra o marco temporal
Indígenas durante manifestação, do acampamento "Livre Terra"
Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional. / Metrópoles
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Fotos: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Apib, em conjunto com os partidos PT, Rede, PSol e PSB, vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF para pedir a declaração de inconstitucionalidade da lei.

“Esta lei e o PL são inconstitucionais e devem ser analisados pelo STF. Porém, enquanto a ADI não for julgada pelos ministros do Supremo, os parentes estão enfrentando invasões nos territórios, assassinatos e a devastação do meio ambiente”, alega Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Apib.

“Solicitamos que seja concedida a tutela de urgência antecipada! Não podemos ficar esperando enquanto as comunidades estão morrendo”, completa Dinamam Tuxá.

Veto de Lula

O presidente Lula vetou trechos importantes do projeto de lei aprovado pelo Congresso. Além do Marco Temporal, a proposta também autorizava o cultivo de transgênicos e atividade garimpeira em terras indígenas, temas criticados por representantes das comunidades originárias.

O governo federal tentou articular nos últimos dois meses um acordo para a manutenção da decisão do Palácio do Planalto, mas sem sucesso.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), defendeu nesta quinta a manutenção dos vetos do petista para proteção das comunidades indígenas.

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