Marco temporal indígena: veja como votou cada senador e partido
O projeto de lei estabelece o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas. O texto vai à sanção
atualizado
Compartilhar notícia
Em derrota ao governo federal, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27/9) o projeto de lei que estabelece o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas. O texto foi aprovado com 43 votos favoráveis e 21 contrários.
O projeto também vai na contramão da posição do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na semana passada, rejeitou o Marco Temporal.
Veja como votou cada senador:
O Marco Temporal estabelece que apenas as terras indígenas ocupadas até 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição, poderão ser demarcadas. No entanto, lideranças dos povos originários declaram que a questão vai contra a Carta Magna.
De acordo com o PL nº 2.903/2023, para que uma área seja considerada “terra indígena tradicionalmente ocupada”, será preciso comprovar que, na data de promulgação da Constituição Federal, ela vinha sendo habitada pela comunidade indígena em caráter permanente e utilizada para atividades produtivas.
O texto também altera a Lei nº 4.132, de 1962, para incluir, entre situações que permitem desapropriação de terras particulares por interesse social, a destinação de áreas às comunidades indígenas que não se encontravam em área de ocupação tradicional na data do marco temporal, desde que necessárias a sua reprodução física e cultural. O projeto também proíbe a ampliação das terras indígenas já demarcadas e declara nulas as demarcações que não atendam aos seus preceitos.
O texto é considerado “inconstitucional” uma vez que, segundo o artigo 231 da Constituição, os direitos indígenas são direitos originários, ou seja, antecedem à formação do Estado.