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OAB: Marco Aurélio sugere “mordaça” a Bolsonaro

O ministro do STF se mostrou indignado com os comentários do presidente da República sobre a morte do pai do presidente da OAB

atualizado

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STF retoma julgamento sobre restrição do foro privilegiado.
1 de 1 STF retoma julgamento sobre restrição do foro privilegiado. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello se mostrou indignado com as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a respeito da morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e sugeriu que o chefe do Executivo federal use uma “mordaça” para evitar tais comentários. “No mais, apenas criando um aparelho de mordaça”, disse, ao blog do Tales Faria.

“Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”, questionou o ministro do STF.

Em seu blog, Tales Faria disse que ouviu outro ministro do Supremo, que preferiu manter o anonimato, e que afirmou que presidente está dando um “mau exemplo” aos brasileiros com as falas julgadas como “repugnantes”. “O pior de tudo é o mau exemplo, a associação do sucesso político ou qualquer outro à incivilidade e à grosseria. Por outro lado, acho que pode ser um marco de como as pessoas não devem ser. A repugnância tem sido geral”, alegou.

Durante live no Facebook, Bolsonaro disse, nessa segunda-feira (29/07/2019), que o presidente da Ordem está “equivocado” quanto à morte de seu pai, disse que poderia contar a Felipe Santa Cruz o que ocorreu e alegou que o pai do advogado não foi morto pelos militares.

O chefe do Executivo federal sustentou – sem fornecer qualquer elemento concreto, indício ou prova – que foi o próprio grupo de militantes antiditadura militar do qual Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira fazia parte em Recife, a Ação Popular Marxista-Leninista, que teria executado o pai do hoje presidente nacional da OAB.

Para Bolsonaro, os documentos produzidos sobre mortos e desaparecidos no período da ditadura são “balela”. “Nós queremos desvendar crimes. Sobre a questão de 64, não há documentos de ‘matou, não matou’, isso é balela”, afirmou.

Com os depoimentos, Santa Cruz decidiu interpelar o presidente da República no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já comunicou ao advogado Cesar Brito para preparar a ação “para que o presidente diga o que sabe”.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal publicou uma nota nesta terça-feira (30/07/2019) em repúdio às declarações de Bolsonaro sobre a morte de Fernando Santa CruzNo texto, os procuradores afirmam que os comentários foram de “enorme gravidade” devido às implicações jurídicas e pelos aspectos ético e moral.

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