Marcelo Queiroga é recebido sob protestos em Portugal: “Genocida”
Cardiologista cumpre agenda na Europa durante a semana e, nesta manhã, deu uma palestra na Universidade de Lisboa
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi recebido sob protestos durante a visita à Universidade de Lisboa, em Portugal, na manhã desta terça-feira (26/10).
O cardiologista cumpre agenda na Europa durante a semana e, nesta manhã, deu uma palestra na instituição de ensino portuguesa. Na entrada da universidade, manifestantes protestaram com placas que diziam “Queiroga genocida”.
A ação foi coordenada pelo Coletivo Andorinha, formado por brasileiros residentes em Lisboa, capital portuguesa. Os cartazes levados pelo grupo também criticavam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Ao convidar um negacionista que teve ação direta na morte de mais de 600 mil brasileiros, estamos presando pela liberdade acadêmica ou estamos dando espaço relevante para a propagação de kits de tratamento precoce, hidroxicloroquina, ineficácia de vacinas e imunidade de rebanho?”, divulgou o coletivo nas redes sociais, na véspera da manifestação.
Durante o evento, Queiroga exaltou as ações do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia de Covid. Mesmo com o marco de 605 mil mortos pela doença, o ministro afirmou que a gestão do presidente tem “atenção especial à vida”.
“O governo do presidente Bolsonaro tem uma atenção especial à vida desde a sua concepção até a vida que lentamente vai se apagando”, pontuou.
O ministro também utilizou o discurso para lamentar as mortes pela doença e se solidarizar com os familiares das vítimas.
“No dia 13 de março, o presidente me chamou para cumprir essa missão. Tomei posse no dia 23 dia maio, em uma cerimônia reservada, em respeito aos que sofrem. No Brasil foram muitos. É sempre uma oportunidade pra nos solidarizarmos com aqueles que sofrem com a perda de seus entes queridos e com aqueles que sofrem com consequências da Covid-19”, disse.
CPI
Durante a palestra, Queiroga não fez menção à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal.
Nesta terça, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, lerá a versão final do relatório que será votado pela comissão. O documento pede o indiciamento de 76 pessoas — entre elas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga — e duas empresas.
Como a comissão havia anunciado nessa segunda-feira (25/10), o relatório também pede o afastamento do presidente das redes sociais “a fim de garantir a ordem pública, para a proteção da população brasileira”.
O relatório será votado ainda nesta terça e, a princípio, será entregue, nesta quarta-feira (27/10), à Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão ao qual caberá conduzir as investigações sobre indiciados com foro privilegiado. O documento também será remetido à primeira instância do Ministério Público Federal (MPF), que investigará pessoas sem foro.
Viagem internacional
Marcelo Queiroga tem agenda na Europa até o fim da semana. Além da palestra na Universidade de Lisboa, o ministro deve participar de reunião bilateral com representantes do Ministério da Saúde de Portugal e realizar visita técnica ao Centro de Contato do Serviço Nacional de Saúde e à Direção-Geral de Saúde.
Depois, ele segue para o Reino Unido, onde visitará o Centro de Vacinologia Clínica e Medicina Tropical da Universidade de Oxford e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da AstraZeneca, no Cambridge Biomedical Campus. Também vai participar de reunião bilateral com representantes da Secretaria de Estado para Saúde e Assistência Social.