Marcelo Queiroga diz que lockdown não pode ser política de governo
Futuro ministro da Saúde destacou que é preciso “assegurar que atividade econômica continue”, para gerar emprego e renda
atualizado
Compartilhar notícia
Escolhido nesta segunda-feira (15/3) para comandar o Ministério da Saúde, o médico Marcelo Queiroga afirmou que o lockdown só deve ser aplicado em “situações extremas” e “não pode ser política de governo”.
“Esse termo lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, disse à CNN.
O cardiologista destacou que é preciso “assegurar que atividade econômica continue, porque a gente precisa gerar emprego e renda. Quanto mais eficiente forem as políticas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia.”
Vacinas
Sobre a vacinação, o médico afirmou que as vacinas adquiridas por Eduardo Pazuello devem garantir um programa de vacinação “amplo” e ressaltou que durante a conversa com Bolsonaro, nesta segunda, o presidente pediu que questões operacionais sejam expostas de forma clara.
“O presidente quer que questões operacionais sejam colocadas de maneira clara, de tal sorte que o conceito de que o Brasil sabe vacinar se repita, e a gente consiga vacinar a população, que é a maneira mais eficiente de prevenir a doença”, informou.
Na GloboNews, Queiroga ainda afirmou que Bolsonaro determinou “amplo debate” com a comunidade médica para haver “resultado melhor diante da pandemia”.
O médico contou que deve se reunir com Pazuello já nesta terça (16/3) para que possam iniciar a transição de “maneira harmônica” e evitar interrupção de políticas públicas. Ele afirmou ainda que pretende trabalhar no sentido de ter uma equipe “técnica” no ministério.
O cardiologista também defendeu que é preciso ampliar o diálogo com estados, municípios e diversos atores da sociedade para vencer o novo coronavírus. “Ou seja, criar uma grande união nacional, com um propósito de vencer a pandemia”, disse.
Tratamento precoce
Sobre o tratamento precoce para Covid-19, defendido por Bolsonaro, Queiroga informou que “é algo que precisa ser analisado para que a gente consiga chegar a um ponto comum que permita contextualizar essa questão no âmbito da evidência científica e da ciência”.
“Isso é uma questão médica. O que é tratamento precoce? No caso da Covid-19, a gente não tem um tratamento específico. Existem determinadas medicações que são usadas, cuja evidência científica não está comprovada, mas, mesmo assim, médicos têm autonomia para prescrever”, disse.