Marca de luxo Daslu é arrematada por lance de R$ 10 mi em leilão
A Justiça de SP determinou o lance mínimo de R$ 1,4 mi pelo nome ícone do mercado de luxo; meta é pagar dívidas de processo de falência
atualizado
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São Paulo – Ícone do mercado brasileiro de luxo, a marca Daslu foi arrematada por R$ 10 milhões, nesta terça-feira (7/6), em leilão determinado pela Justiça de São Paulo para pagar dívidas do processo de falência da antiga empresa de Eliana Tranchesi.
A identidade da pessoa ou empresa que realizou o lance mais alto ainda não foi revelada. No entanto, o vencedor do arremate precisa agora cumprir condições burocráticas, como validar a documentação, para encerrar a transação.
A primeira quantia oferecida foi R$ 1.411.022. O valor mínimo determinado pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos foi de R$ R$ 1.411.021,65. No total, foram 32 lances.
A companhia Sodré Santoro, indicada judicialmente para fazer a negociação, receberá um comissão de 5% do valor. Portanto, o comprador da marca Daslu pagará ao todo R$ 10,5 mi.
“Envolve o direito de uso da marca Daslu e das marcas do grupo, como Villa Daslu, Daslu Village e Terraço Daslu”, explicou Mariana Sodré Santoro, leiloeira oficial, ao Metrópoles.
Ascensão
A Daslu começou em 1958 como uma boutique fechada em uma casa na Vila Nova Conceição, região nobre da capital paulista. Fundada por Lúcia Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha dos Santos, a loja só permitia a entrada de mulheres, que podiam experimentar as peças de luxo até mesmo fora dos provadores.
Após a morte de Lúcia, sua filha Eliana Tranchesi assumiu o negócio, que chegou a ser um conglomerado com 70 lojas, chamado Villa Daslu, na Vila Olímpia, também um endereço de alto padrão. Nos anos 90, até mesmo ser uma vendedora da rede, ou seja, uma “dasluzete”, era sinônimo de glamour.
Queda
O megaempreendimento Villa Daslu foi inaugurado em 2005 e vendia grifes internacionais, além de uma marca própria. No mesmo ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Narciso e apontou que a Daslu praticava sonegação fiscal na importação e venda das peças.
Em 2009, Eliana Tranchesi acabou condenada a 94 anos e 6 meses de prisão, chegou a ser presa, mas foi solta logo em seguida. Ela morreu em 24/2/12, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações de um câncer no pulmão.
O grupo Daslu passou por um leilão judicial em 2011 e acabou vendido por R$ 65 milhões para a Laep Investments, que também foi dona da Parmalat. Desse valor, R$ 44 milhões foram destinados ao pagamento de 200 credores, que reivindicavam R$ 90 milhões.
Em 2016, uma loja da Daslu recebeu ordem de despejo para sair do espaço no Shopping JK Iguatemi. Não foi divulgado na época o montante da dívida da empresa com o shopping, mas o valor da ação na Justiça era de R$ 2,5 milhões.
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