Manuela D’Ávila confirma ter passado contato de Greenwald a hacker
Em depoimento, Walter Delgatti Neto contou que o caminho para chegar até o jornalista do The Intercept Brasil passou pela ex-deputada
atualizado
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A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) confirmou ter passado o contato do jornalista Glenn Greenwald para o hacker preso pela Polícia Federal na última terça-feira (23/07/2019) Walter Delgatti Neto. Por meio de publicação no Twitter, a ex-parlamentar falou que, em 12 de maio, foi comunicada pelo aplicativo Telegram de que seu aparelho celular havia sido invadido. No mesmo momento, afirmou ter recebido mensagens de uma pessoa, que ela garante ser desconhecida, que relatou possuir informações sigilosas e que gostaria de divulgar o material sem receber pagamentos ou vantagens.
Logo após, Manuela afirma ter passado o contato do jornalista por ter medo de ser uma “armadilha montada pelos adversários políticos”. A ex-congressista encerra dizendo que desconhece a identidade da fonte e que entregará para a Polícia Federal a cópia das mensagens que recebeu no aplicativo.
Nota à imprensa ? pic.twitter.com/wvx6uPEnT1
— Manuela (@ManuelaDavila) July 26, 2019
Suspeito de hackear autoridades brasileiras, o “Vermelho” detalhou, em depoimento à Polícia Federal, o caminho usado para chegar até as mensagens envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato. A íntegra do documento foi obtida pela TV Globo e divulgada na tarde desta sexta-feira (26/07/2019).
À Polícia Federal, Delgatti afirmou que foi a ex-parlamentar quem passou o contato do jornalista. O número de Manuela foi obtido por intermédio da agenda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já o telefone da petista, Vermelho conseguiu por meio do ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB), mas não soube dizer como obteve o contato.
Greenwald não atesta
Procurado pela revista Veja, Greenwald não quis comentar o depoimento em que Delgatti cita Manuela. O responsável pelo site The Intercept Brasil, portal que divulgou as mensagens vazadas, afirmou que não daria informações que pudessem identificar o intermediário sem que tivesse uma autorização prévia.
Greenwald se limitou a dizer que a pessoa responsável pela intermediação é de esquerda, tem formação em jornalismo e não exerce a profissão.