Manifestantes fazem ato contra deputados que foram favoráveis a Temer
Protesto na Paulista tinha cartazes com os nomes dos parlamentares e grupo pedindo a volta da ex-presidente Dilma Rousseff
atualizado
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Uma manifestação contra a corrupção e os deputados que barraram a denúncia contra o presidente Michel Temer em votação na última quarta-feira (2/8), reuniu algumas dezenas de pessoas na Avenida Paulista neste domingo (6).
Convocados pelo movimento Quero um Brasil Ético e pelo advogado Luiz Flávio Gomes, os manifestantes carregavam cartazes com fotos e nomes dos 29 deputados federais de São Paulo que votaram contra o prosseguimento da investigação. “Temos que recordar todos os dias o nome e a cara deles. Quem apoia a corrupção é tão culpado quanto ele (Temer)”, diz um texto distribuído pela organização.
Alguns deles, com camisetas verde e amarelas, levavam mensagens contra o PT e o Foro de São Paulo. “Somos aqui hoje menos do que a gente queria, mas vai chegar o dia (em que o povo voltará às ruas), está chegando. Isso aqui é só a ponta do iceberg”, disse Luiz Flávio Gomes.
Segundo ele, “as ruas estão fora das ruas” porque não existe uma motivação ideológica para as pessoas irem às ruas. “Em 2015 e 2016 havia uma razão ideológica. As pessoas queriam tirar o PT”, disse o advogado.
Ele criticou a declaração de Temer que, em entrevista ao Estado, disse que com Rodrigo Janot, procurador-geral da República, fora da Procuradoria-Geral da República a Lava Jato entrará “no rumo certo”. “Isso é um perigo. A futura procuradora (Raquel Dodge) tem uma responsabilidade com o País. Se ela for conivente com o crime organizado estará jogando o currículo dela no lixo”, disse Gomes.
“Volta, Dilma”
Enquanto isso um grupo que se diz suprapartidário coletava assinaturas, também na Avenida Paulista, para uma ação popular pedindo que o Supremo Tribunal Federal vote com urgência o recurso da defesa da ex-presidente Dilma Rousseff que pede a anulação do impeachment.
Segundo a professora aposentada Amanda Leite, filiada ao PT e coordenadora do Comitê de Luta Contra o Golpe, o objetivo é conseguir 1,3 milhão de adesões. Até agora, em 15 dias o grupo conseguiu cerca de 25 mil assinaturas, entre elas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Organizadores da ação disseram ter sido hostilizados e agredidos verbalmente por integrantes de grupos de direita que foi às ruas contra Dilma. “Disseram que somos todos comunistas e bolivarianistas”, disse Amanda. “Mas não temos vínculo nem apoio de partidos políticos”, completou.