Brasil inteiro vai às ruas protestar contra a corrupção neste domingo
Contrários às mudanças feitas pelos parlamentares no pacote anticorrupção proposto pelo MPF, manifestantes defenderam a Operação Lava Jato
atualizado
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Milhares de brasileiros foram às ruas neste domingo (4/12) para protestar contra o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada da última quarta-feira (30/11) com várias alterações em relação ao texto original.
Contrários às mudanças feitas pelos parlamentares, os manifestantes defenderam a Operação Lava Jato e cobraram punições rigorosas para crimes de corrupção. Os atos começaram pela manhã e todos os 26 estados e o Distrito Federal registraram protestos ao longo do dia.
Em Brasília, ratos de papel e chuva
Na capital do país, segundo a Polícia Militar, 5 mil pessoas compareceram à Esplanada dos Ministérios. A organização estima que o número chegou a 10 mil. O grupo colocou ratos de papel dentro do espelho d’água do Congresso Nacional. O ato começou de manhã e chegou ao fim por volta das 12h15, quando uma chuva caiu sobre a cidade.
No Rio de Janeiro, a Orla de Copacabana ficou lotada de brasileiros vestidos de verde e amarelo e com cartazes contra políticos e a favor da Lava Jato.
Em São Paulo, os manifestantes começaram a concentração na Avenida Paulista no começo da tarde. Com gritos de “Viva Sérgio Moro” e “Lula na cadeia”, o grupo se reuniu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Segundo o Movimento Brasil Livre, cerca de 200 mil pessoas participaram do manifesto. De acordo com a PM foram 15 mil.
Ao menos 82 cidades participaram das manifestações registradas em todos os estados do país. Os atos foram pacíficos, segundo a polícia.
A resposta dos políticos
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), criticado durante vários protestos, afirmou que as manifestações são legítimas e ressaltou, por meio de nota, que, em menos de 20 dias, os senadores votaram 40 propostas contra a corrupção. Já o senador Roberto Requião (PMDB-PR), criticou os atos. Em sua conta no Twitter, afirmou que nos protestos estão presentes “movimentos de mentecaptos manipuláveis”.
Hoje,em Sampa,manifestação pela liberdade do compa Cunha.
Presentes movimentos de mentecaptos manipuláveis.— Roberto Requião (@requiaopmdb) 4 de dezembro de 2016
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota onde afirma que “manifestações desse tipo servem para oxigenar nossa jovem democracia e fortalecem o compromisso do Poder Legislativo com o debate democrático e transparente de ideias.”
Já o presidente Michel Temer não havia se manifestado sobre os protestos até as 17h do domingo. Em sua conta no Twitter, Temer publicou linhas de pesar pela morte do poeta e escritor Ferreira Gullar, mas não se manifestou sobre publicamente sobre os movimentos que ocorriam em todo o país.