Manifestações contra Bolsonaro marcam o domingo em várias cidades do Brasil
Atos foram registrados em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em Belém, Polícia Militar impediu protestos
atualizado
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Manifestações contrárias ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) foram registradas, neste domingo (07/06), em várias cidades do país. Além de Brasília, onde a passeata ocorreu por mais de duas horas, houve protestos registrados no Rio de Janeiro, São Paulo, Teresina e Goiânia. Em Belém, o ato foi impedido de acontecer pela Polícia Militar (PM), que deteve cerca de 60 jovens que participariam do ato, segundo informou a Anistia Internacional.
Na Esplanada dos Ministérios, na capital do país, manifestantes seguiram com um protesto pacífico contra o fascismo, o racismo e a favor da democracia. Durante a passeata, estudantes e integrantes de torcidas organizadas desceram pelas seis faixas do Eixo Monumental em direção ao Ministério da Justiça. Sem registros de ocorrências graves, houve ações pontuais das forças de segurança, que apreenderam materiais que poderiam ser utilizados em eventuais ataques.
No Rio de Janeiro, o ato seguiu em direção à Igreja da Candelária, no centro da cidade, e reuniu milhares de pessoas. “Liberdade é o direito de poder protestar. Vidas negras importam”, registrava uma das centenas de faixas erguidas pelos participantes. Até as 15h, a passeata ainda permanecia na região das avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas. Houve registros de confronto de policiais militares com participantes.
Durante um momento, em frente à Candelária, os manifestantes ficaram de joelhos em homenagem às vítimas da violência policial, seguindo o movimento global Black Lives Matter, que em tradução livre significa “vidas negras importam”. Os participantes também deitaram no chão para simbolizar as pessoas mortas “pelo estado genocida do Rio de Janeiro”, conforme explicou Raull Santiago, ativista social e integrante do Coletivo Papo Reto, canal de comunicação independente composto por jovens moradores da periferia fluminense.
Vidas negras importam
Em Belo Horizonte, os manifestantes ocuparam a Avenida Afonso Pena. Com a maioria usando roupas pretas, o ato seguiu com destino à Praça Sete, no centro da capital mineira. Alguns manifestantes foram detidos por policiais acusados de promover desordem.
“A gente vê nos últimos tempos várias mortes de crianças, todas de cor preta, desta minha cor aqui. Ninguém aqui está para fazer zoeira, mas para manifestar o nosso direito. O Estado está com uma política autoritária, racista e genocida, que está acabando com a vida nas favelas”
rapper Gustavo Pereira Marques, mais conhecido como Djonga.
Em São Paulo, por determinação judicial, a manifestação ocorreu no Largo do Batata para evitar confrontos com apoiadores de Jair Bolsonaro, que protestaram em menor número na Avenida Paulista. Mesmo assim, na principal avenida da cidade, houve embates entre bolsonaristas e contrários ao presidente, momento em que a Polícia Militar agiu para impedir tencionamento.
Em Goiânia, capital de Goiás, o ato ocorreu na Praça Cívica e ocorreu a partir das 15h. Segundo relatos, a polícia acompanhou a manifestação com cavalaria montada e helicóptero.
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