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Manifestação contra Temer ocupa Avenida Paulista

O protesto foi convocado pela internet e já ocupa as oito faixas da Avenida Paulista. Manifestantes são contra o governo Temer e discordam do resultado do processo de afastamento definitivo de Dilma Rousseff

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Reprodução/Flickr
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1 de 1 29037154450_d974d2ee9d_o - Foto: Reprodução/Flickr

Policiais militares lançaram, em um intervalo de dois minutos, mais de 10 bombas de gás lacrimogêneo em direção aos manifestantes que marchavam contra o impeachment, na altura da esquina da rua da Consolação com a rua D. Antônia. As bombas causaram grande correria e dividiram a manifestação. Algumas pessoas desceram a rua Itambé, paralela à Consolação, rumo ao centro.

Pelo caminho, fogueiras são montadas com restos de entulho e lixo. Os manifestantes gritam palavras de ordem contra os policiais: “Não quero mais chacina, quero o fim da Polícia assassina”.

A marcha segue ainda sem destino certo. Parte dos manifestantes gritam República e outra parte, Roosevelt, em referência a duas praças onde usualmente se encerram os protestos.

A manifestação, convocada pelo coletivo Democracia Corintiana, ocupava às 19h30 todas as oito faixas da Avenida Paulista, em frente ao MASP. Por volta das 18h30, manifestantes de outro protesto, que ocorria na Praça do Ciclista, também na Avenida Paulista — este, convocado pelo grupo Levante Popular –, juntaram-se ao que ocorria no museu.

“Senti-me golpeado hoje com o resultado do impeachment. Mesmo a gente manifestando por todos esses meses a inconstitucionalidade do impeachment, todas as nulidades, a gente viu senador dizendo que não havia crime, mas o afastamento era necessário por falta de governabilidade. Isso é uma vergonha, um golpe”, disse Rodrigo Bittar, estudante de direito.

“Para o futuro do país, espero as piores coisas possíveis. Um governo empossado sem voto poderá colocar em pauta todas as medidas impopulares que jamais seriam aprovadas nas urnas”, acrescentou.

UNE
Entre os manifestantes há membros de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST),  União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e União da Juventude Socialista (UJS). “Fora Temer”, “golpistas, fascistas, não passarão” são as palavras de ordem mais entoadas pelos manifestantes.

“Foi uma incoerência tirar Dilma da Presidência, mas não cassar os direitos políticos. Isso mostra que eles queriam mesmo é o lugar dela, mas não tiveram coragem de puni-la. A comemoração do impeachment está pequena. Isso mostra que a população não aprova Dilma, mas também não vê saída com o Michel Temer”, afirmou Diogo Leito pós-graduando da Universidade de São Paulo (USP).

Inimigo comum
Para o estudante Breno Oliveira, os movimentos sociais brasileiros agora têm um inimigo comum, o que deverá facilitar a mobilização de pessoas contra o novo governo.

“Cresci ouvindo histórias sobre o golpe de 1964. Tenho certeza que não vamos entregar facilmente essa disputa. Os movimentos sociais têm agora um inimigo comum, o governo golpista, e isso vai se refletir em manifestações conjuntas”, concluiu.

Com informações da Agência Estado e Agência Brasil

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