Maníaco do Parque: veja outros casos sangrentos de crimes brasileiros
Esses crimes chocantes destacam a importância da justiça e da segurança pública no Brasil. Abaixo, veja os serial-killers mais procurados
atualizado
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Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma onda alarmante de crimes violentos, incluindo assassinatos brutais, estupros e desaparecimentos misteriosos, que chocaram a opinião pública e dominaram os noticiários nacionais, gerando grande preocupação e comoção. Relembre alguns casos que chocaram o território nacional.
Maníaco do Parque
Entre os casos está um dos mais midiáticos: o do Maníaco do Parque. O tema voltou a ficar em alta recentemente após o lançamento de um longa metragem da Amazon Prime Video e de uma série sobre o caso.
Condenado a 285 anos de prisão, Francisco de Assis Pereira, de 56 anos, conhecido como ‘Maníaco do Parque’, gerou uma enorme repercussão no Brasil após uma série de crimes cometidos na década de 1990.
Ele foi condenado por matar sete mulheres e estuprar mais de uma dezena de vítimas que sobreviveram. Dentro do sistema prisional, Francisco é considerado uma figura ameaçadora e deverá ser solto em agosto de 2028, porque, perante a lei brasileira à época em que ele foi julgado, ninguém pode ficar mais de 30 anos na cadeia.
As vítimas foram atacadas no Parque do Estado, na Zona Sul da capital paulista, ao longo de seis meses, a polícia encontrou oito corpos no parque. Francisco estuprava e asfixiava suas vítimas, isso porque, alguns corpos tinham marcas de mordidas nos seios, o que seria uma fixação do serial killer.
Chico Picadinho
O vendedor de livros e consórcio, Francisco Costa Rocha, conhecido como ‘O Chico Picadinho’, matou a bailarina austríaca Margarethe Suida, em 3 de agosto de 1966. A dançarina foi encontrada estrangulada com um cinto de couro preto na banheira de um apartamento em São Paulo. O corpo foi mutilado com tesoura, lâmina de barbear e faca.
Ao ser questionado sobre o crime, Chico alegou que a dançarina lembrava a mãe dele e, após o assassinato, ele foi condenado a 17 anos de prisão em 1968. Após cumprir a pena, em 16 de outubro de 1976, ele estrangulou e esquartejou com faca, serrote e um canivete a prostituta Ângela de Souza da Silva.
Após 28 dias, Chico foi preso no Rio de Janeiro e diagnosticado como psicopata com personalidade sádica, sendo condenado a 22 anos e 6 meses e, ainda vivendo em um hospital psiquiátrico, no interior de São Paulo. Ele segue preso.
Pedrinho Matador
Pedro Rodrigues Filho, conhecido como “Pedrinho Matador”, é um dos criminosos mais notórios da história brasileira. Com apenas 11 anos, começou sua trajetória criminosa matando um traficante em Itaquera, São Paulo, seguido pelo assassinato do cunhado e irmão do traficante.
Aos 14 anos, ele matou o vice-prefeito de Alfenas (MG) após a demissão do pai, acusado de roubo de merenda escolar. Posteriormente, matou um vigia, que ele suspeitava ser o verdadeiro ladrão. Ao longo de sua vida, Pedrinho Matador confessou ter matado mais de 100 pessoas e foi réu de 71 homicídios, resultando em uma pena de quase 300 anos de prisão na década de 1980.
Preso aos 18 anos em 1973, Pedrinho continuou sua trajetória violenta, admitindo matar por prazer, como declarado em sua tatuagem no braço esquerdo. Em uma entrevista chocante a um programa de TV, ele revelou detalhes macabros de seus crimes, incluindo o assassinato de seu próprio pai. “Dizem que comi o coração dele, mas eu apenas cortei, mastiguei um pedaço e joguei fora”, afirmou com frieza.
A maior parte dos crimes aconteceu dentro da cadeia. Pedrinho cumpriu 42 anos de pena e foi solto em 2018. Ele acabou sendo morto em 5 de março de 2023, Mogi das Cruzes, São Paulo. Ele foi assassinado a tiros e depois degolado. As investigações apontam que o crime foi encomendado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Júlio Santana, o pistoleiro profissional
Júlio Santana, conhecido como um dos maiores matadores de aluguel da história brasileira, confessou ter cometido 492 assassinatos entre 1971 e 2006, principalmente nos estados do Maranhão e Pará. Seus crimes foram motivados por ganhos financeiros.
Surpreendentemente, apesar do elevado número de vítimas, Júlio nunca foi julgado ou condenado criminalmente e permanece em liberdade. Sua história foi documentada no livro “O Nome da Morte”, do autor Klester Cavalcanti, que inspirou um filme em 2017.
Atualmente, Júlio vive uma vida tranquila em uma chácara no interior da Paraíba, longe de da atenção pública, criando galinhas e porcos com sua família. Sua existência pacata contrasta com o passado sombrio de violência e morte que marcou sua vida.
Francisco das Chagas Brito (Caso dos Meninos Emasculados)
O mecânico maranhense Francisco das Chagas Brito, é considerado pelas autoridades, o maior serial killer da história brasileira. Ele é acusado de cometer 42 assassinatos brutais entre 1989 e 2003, principalmente no Maranhão e no Pará.
Brito atraía suas vítimas, meninos de 4 a 15 anos de famílias pobres, com promessas de colher frutas ou caçar animais. Os crimes ficaram conhecidos como “Caso dos Meninos Emasculados”, porque Brito arrancava os órgãos genitais dos garotos, e, em alguns casos, estuprava as vítimas e decepava outras partes do corpo, como dedos, e os armazenava como recordação.
Somando as penas das onze condenações, Francisco da Chagas já soma mais de 250 anos de condenações.
O atirador de Realengo
Wellington Menezes de Oliveira tinha 23 anos quando invadiu uma Escola Municipal armado e atirou contra alunos, em Realengo (RJ). Conhecida como tragédia de Realengo, ocorrida em 7 de abril de 2011, o caso é resultado da morte de 12 crianças (10 meninas e 2 meninos) e 13 feridas (10 meninas e 2 meninos).
Wellington invadiu uma escola portando dois revólveres calibre 38 e equipamento para recarregar as armas rapidamente. O sargento da PM Márcio Alves, que realizava uma blitz nas proximidades, foi alertado por um aluno ferido e interveio.
O atirador foi baleado, caiu da escada e, em seguida, tirou sua própria vida. Análises de vídeos gravados pelo atirador antes do ataque, realizadas pelo psiquiatra forense Talvane de Moraes, indicam que ele sofria de esquizofrenia paranoide.
O serial killer de Goiás
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, que ficou conhecido como o serial killer de Goiânia e foi preso em 14 de outubro de 2014, completou 10 anos de prisão em 14/10/2024. Apesar de ter sido condenado a quase 700 anos, ele pode ser solto daqui duas décadas, ou seja, em 2044.
Condenado por 35 assassinatos, entre vítimas mulheres e pessoas em situação de rua, Tiago viveu a última década numa cela isolada do Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Os assassinatos cometidos por Tiago, em Goiânia, desafiaram o trabalho da polícia. De janeiro a agosto de 2014, ele matou 16 pessoas, sendo 15 mulheres, de 13 a 28 anos, e um homem de 51. Ele ficou conhecido como o motoqueiro matador, que saía pela cidade de moto, em busca de vítimas em lugares, como bares, pontos de ônibus, praças, ruas e avenidas vazias, e até dentro de carros no semáforo.
Após a certeza de que havia um assassino em série na cidade, que agia sempre da mesma forma, sem roubar nada das vítimas, a Polícia Civil criou uma força-tarefa que durou dois meses até a prisão do serial killer. O trabalho minucioso levantou todas as características físicas dele e dos componentes da moto que utilizava, de forma que os agentes envolvidos identificariam, de primeira, se o vissem.
Ele foi preso no final da tarde de 14 de outubro de 2014. O matador foi visto por uma das equipes passando de moto em uma região da cidade. Os agentes o pararam e perceberam que estavam, enfim, diante do serial killer de Goiânia.
O homem foi levado para a delegacia e a história contada por ele foi maior do que a investigação imaginava. Tiago Henrique Gomes da Rocha era vigilante, já havia trabalhado para, pelo menos, três empresas de segurança terceirizada em Goiânia e confessou não só os crimes ocorridos em 2014, mas também assassinatos de anos anteriores, chegando a um total de 39 mortes. O caso teve repercussão internacional.
O laudo psiquiátrico indica que Thiago Henrique tem personalidade fria, calculista e que não demonstra emoção ou arrependimento em relação aos crimes em série que cometeu.