Mangueira é campeã do Carnaval 2019 do Rio de Janeiro
Escola levou para a Marquês de Sapucaí o enredo “História pra ninar gente grande”, fez críticas e homenagens
atualizado
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A Estação Primeira de Mangueira é a campeã do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Com o enredo “História pra ninar gente grande”, a agremiação contou a trajetória de heróis esquecidos e anônimos, especialmente índios e negros. Entre os homenageados, a vereadora Marielle Franco (PSol), executada a tiros em 2018.
O título da verde e rosa foi garantido antes da revelação da última nota, do quesito fantasia. Com a vitória, a agremiação conquistou o seu 20º troféu de grande campeã do Carnaval carioca.
A Mangueira liderou a disputa em todos os quesitos. Mas o campeonato foi concorrido: a escola superou a segunda colocada, Viradouro, por apenas três décimos. Confira:
1º: Mangueira – 270
2º: Viradouro – 269,7
3º: Vila Isabel – 269,4
4º: Portela – 269,3
5º Salgueiro – 269,3
6º: Mocidade – 269
7º: Unidos da Tijuca – 268,8
8º: Paraíso do Tuiuti – 268,5
9º: Grande Rio – 267,9
10º: União da Ilha – 267,7
11º: Beija-Flor – 267,6
12º: São Clemente – 267,4
13º: Imperatriz Leopoldinense – 266,6
14º: Império Serrano – 263,8
Veja fotos da comemoração e do desfile da Mangueira:
Assista ao desfile completo da Mangueira:
Durante o desfile, a verde e rosa emocionou os foliões na Marquês de Sapucaí e arrancou gritos de “é campeã”. Um dos pontos altos foi a aparição da imagem de Marielle em uma bandeira. À frente da ala estava a viúva da vereadora, Monica Benicio. A apresentação primorosa já havia rendido à escola o Estandarte de Ouro, do jornal O Globo.
Tanto a Mangueira quanto a Viradouro voltam à avenida neste sábado (9/3) para o desfile das campeãs. As escolas nas duas últimas colocações foram rebaixadas e desfilarão pela Série A em 2020. São elas: Império Serrano e Imperatriz Leopoldinense.
Veja a letra do samba-enredo da Mangueira:
Brasil, meu nego, deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo, a Mangueira chegou
Com versos que o livrou apagou
Desde 1500
Tem mais invasão
Do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, Tamoios, Mulatos
Eu quero um país que não tá no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
A tua cara é de Cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade
É um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas
Pros seus heróis de barracões
Dos brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões
(São verde e rosa as multidões)