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“Médico não abandona paciente”, diz Mandetta sobre deixar cargo

Ministro da Saúde tentou evitar bater de frente com o presidente Jair Bolsonaro, mas reafirmou a orientação: “Sigam os governadores”

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Luiz Henrique Mandetta
1 de 1 Luiz Henrique Mandetta - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou, nesta sexta-feira (03/04), um dia depois de ser criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não cogita abandonar o cargo. “Médico não abandona paciente”, disse.

A declaração foi feita durante coletiva no Palácio do Planalto para apresentar medidas no combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Nessa quinta (02/04), Bolsonaro disse que ele e Mandetta estão se “bicando há algum tempo” e que o ministro “extrapolou” em meio à pandemia da doença.

“Quanto a eu deixar o governo por minha vontade, eu tenho uma coisa na minha vida que eu aprendi com os meus mestres: ‘médico não abandona paciente, meu filho’. Eu já cansei de terminar plantão, na minha vida, e o plantonista que tinha que chegar para me render, para eu poder ir embora, não aparecer, por problemas quaisquer, e eu ficar 24 horas dentro do hospital”, disse Mandetta.

“Eu já passei Natal dentro de hospital com filho pequeno em casa e mulher esperando. O foco é do serviço. É do trabalho. Esse paciente chamado Brasil, quem me pediu para tomar conta dele neste momento foi o presidente. E eu tenho dado para ele todas as informações. E entendo, entendo. Entendo os empresários que se queixam a ele. Entendo as pessoas que veem o lado político e colocam a ele. Entendo as pessoas que gostariam que a solução fosse uma solução rápida”, acrescentou o ministro.

Pesquisa Datafolha
Durante a coletiva, Mandetta foi questionado sobre a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta, na qual 33% dos entrevistados aprovam as ações do presidente Jair Bolsonaro nas medidas contra o coronavírus. Na mesma pesquisa, 76% aprovam as ações do Ministério da Saúde.

O ministro disse que o resultado da pesquisa é “efêmero” e “passageiro”.

“Essa crise passa. Daqui a pouco eu sou passado. A fase do desgaste vem ali na frente. A mão que afaga é a mesma que apedreja. Não esqueçam”, disse Mandetta.

“O que tiver confirmação científica, o que puder abrir para vocês, vai ser assim. Números e pesquisas instantâneas não querem dizer nada. Nós não somos uma ilha. Isso aqui é parte do governo Bolsonaro”, acrescentou.

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