Mandetta ignora rumores sobre demissão e mantém agenda oficial
Os compromissos do ministro, entretanto, não foram divulgados na agenda oficial da pasta, como ocorre diariamente
atualizado
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No dia em que corre nos bastidores a informação da possível demissão do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o chefe da pasta teve, durante a manhã e o início da tarde desta quarta-feira (14/04), uma longa agenda de reuniões consecutivas. Apesar dos trabalhos, os compromissos do número 1 da Saúde no governo Bolsonaro não foram divulgados na agenda oficial da pasta, como ocorre diariamente.
Por volta das 11h, Mandetta se encontrou com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Freitas, para debater sobre insumos importados da China. Em seguida, se reuniu com o ministro Wagner Rosário, chefe da Controladoria-Geral da União (AGU), para discutir sobre a papelada necessária para as licitações em hospitais federais de campanha.
A terceira reunião de Mandetta nesta quarta-feira (15/04) foi com deputados da Comissão Externa do Coronavírus, que estiveram no ministério para um encontro com ele. Entre os presentes, Alexandre Padilha (PT-SP), deputado ex-ministro da Saúde dos governos de Dilma e Lula.
O objetivo do encontro entre parlamentares e ministro era o de “acompanhar ações preventivas da vigilância sanitária e possíveis consequências ao Brasil”, segundo o site da Câmara. Até a última atualização desta reportagem a reunião acontecia, a portas fechadas.
A queda
Nesta terça-feira (13/04), uma mensagem do ex-secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, –afirmando que Mandetta deve ser demitido ainda nesta quarta-feira (15/04) – vazou e esquentou, ainda mais, o cenário político no país.
“A gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto”, confessou, no texto. Em seguida, o secretário pediu demissão.
O atual chefe da Saúde tem se desentendido com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por conta das medidas de contenção do coronavírus. Enquanto Mandetta defende um isolamento social total, o chefe do executivo se diz preocupado com a economia e pretende reabrir o comércio, argumento que um isolamento parcial seria o suficiente, na contramão do que dizem especialistas de todo o mundo, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS).