Mandantes da Chacina de Unaí permanecem soltos 13 anos após o crime
O Sindicato Nacional dos Auditores-fiscais do Trabalho (Sinait) promove ato nesta quarta-feira (25/1) para pedir a prisão dos criminosos
atualizado
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O Sindicato Nacional dos Auditores-fiscais do Trabalho (Sinait) promove uma ato nesta quarta-feira (25/1) para pedir a prisão dos mandantes do assassinato de três auditores-fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho, que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Após 13 anos do crime, os mandantes continuam em liberdade, apesar de terem sido condenados.
O ato ocorre em frente à sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Segundo o presidente do Sinait, Carlos Silva, os mandantes do crime continuam entrando com recursos para continuar em liberdade.
Os condenados querem um novo julgamento. “Eles (os irmãos Mânica) tentam anular a sentença e com isso levar a um novo julgamento, dessa vez em Unaí, região onde são poderosos política e economicamente. Os executores já foram julgados, condenados e estão presos. Resta agora que o cenário de impunidade se afaste e que os mandantes também sejam presos”, disse Carlos Silva.“Passados quase 13 anos da chacina, apesar de termos em 2015 a condenação dos irmãos Mânica, mandantes do crime, eles continuam em liberdade. Se utilizam de recursos protelatórios para assim se manterem livres. Os recursos estão no TRF e por isso estamos protestando para que a sentença que condenou os mandantes seja de fato cumprida”, disse.
Além desse protesto, o sindicato organiza outro ato na tarde de hoje, às 15 horas, na sede do Ministério do Trabalho.
Relembre o caso
O dia 28 de janeiro foi instituído o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem aos auditores Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva. Eles foram mortos em 2004 quando investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas na cidade mineira de Unaí. Na chacina, também morreu o motorista do veículo Ailton Pereira de Oliveira.
Em 2013, os executores do crime foram condenados por homicídio triplamente qualificado. Rogério Alan Rocha Rios foi condenado a 94 anos de prisão, Erinaldo de Vasconcelos Silva, a 76 anos de reclusão e William Gomes de Miranda, a 56 anos de prisão.
Em outubro de 2015, a Justiça Federal de Minas Gerais condenou Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro. Os condenados receberam penas próximas a 100 anos de reclusão em regime fechado. Hugo Alves Pimenta, na condição de réu delator, teve sua pena atenuada, recebendo uma sentença de 46 anos, 3 meses e 27 dias de reclusão.
Os quatro entraram com recursos protelatórios no Tribunal Regional Federal 1ª Região (TRF-1), em Brasília, com pedido de desaforamento do julgamento realizado em Belo Horizonte (MG). Com esse recurso, os condenados tentam anular a decisão do júri popular realizado na capital mineira, transferindo o caso para a Vara Federal de Unaí, Minas Gerais, para terem direito a um novo julgamento.